sábado, 30 de abril de 2016

Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? e Aplicação e Avaliação de um Curso Programado Individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba.



Boa tarde pessoal, no post dessa semana abordaremos um assunto muito discutido na área da educação, a forma que os alunos são avaliados em determinados cursos. Todo docente no final do programa deve avaliar seu aluno, colocando uma nota final. Mas, antes de dar essa nota, vai ser decidido se a nota de cada aluno deve refletir o alcance de objetivos previamente estabelecidos ou se deveria refletir o desempenho do aluno quando comparado com o do restante da classe. Em outras palavras, a avaliação deveria ser referenciada por critério ou por norma.
A avaliação referenciada por norma é usada normalmente na abordagem tradicional no processo de avaliação das notas de um curso. É fundamentada na curva de distribuição normal, chamada de curva gaussiana. De acordo com essa abordagem, a parti do desempenho de um determinado grupo de estudantes, compara-se o escore obtido por um aluno com a média do grupo, para tentar definir se seu resultado está acima ou abaixo dessa média. Assim, o professor decide quem fracassou e quem ira passar, o professor consegue fazer ajustes nos resultados, ou elaborando provas muito fáceis ou muito difíceis.
Nessa abordagem a preocupação não está voltada em avaliar o que o estudante aprende, a preocupação está em seu desempenho em relação ao grupo. Esse tipo de abordagem é muito utilizado em planos de seleção e de certificação, geralmente é normal esperar que poucos alunos alcançassem bons resultados. Quando avaliamos um aluno de sem prestar atenção em suas habilidades individuais, deixamos a parte mais importante de lado, o que o aluno realmente assimilou do conteúdo. Não conseguimos mensurar o aprendizado individual, que ponto ele não teve bom aproveitamento e em quais ele se sobressaiu.
Sabemos que esse tipo de avaliação utiliza uma pequena parte do conteúdo e não um todo, isso estimula a competição entre alunos. Mesmo que os professores não possam concluir o que o aluno realmente domínio o que foi apresentado. Várias unidades de ensino como a USP avaliam anualmente os resultados de seus cursos a partir da analise da distribuição normal. Com o apoio do Departamento de Ensino e Ciência da Unesco e utilizando-se um material auto instrutivo interativo de física, foi proposto que cada aluno usasse do tempo necessário para realizarem leituras e responder as questões propostas.
Os resultados não alcançaram uma distribuição normal, onde temos um gráfico de referencia e um escore, mas sim, um desempenho de nove a dez, onde a maioria dos alunos dominavam os conteúdos. Assim aconteceu simplesmente pelo fato dos alunos poderem utilizar o tempo necessário para concluir a atividade proposta. Muitos estudos são realizados nessa área, para tentar mostrar que o que se pode medir é quem aprende mais em um determinado tempo, e mesmo assim isso não é uma regra básica, porque temos mentes que funcionam de maneiras várias e de acordo com as situações.
A abordagem referenciada por critério vem ganhando espaço como uma abordagem alternativa que requer que os critérios de aprendizagem sejam estabelecidos previamente. Abrangendo toda a matéria e indicando o que se  espera aluno no final do processo  ensino aprendizagem. O aluno só passa para o tópico seguinte do programa se ele alcançar os objetivos do que foi estudado antes. O aluno é avaliado de forma individual e não com relação ao resultado dos demais alunos.


No texto Aplicação e avaliação de um curso programado individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, tem o objetivo de avaliar seus alunos de forma individualizada. Seus alunos foram submetidos a uma aplicação de um programa de tratamento preventivo de placa dental e outros cuidados bucais. Esse curso de Programa individualizado está relacionado com a Universidade de Brasília, nos anos 60 os professores envolvidos nesse projeto queriam testar esse método de ensino.
O aluno seria avaliado pelo tempo gasto para concluir o curso, pela eficiência nas atividades, na interação com o paciente, pela porcentagem de acerto nas avaliações, ele seria observado de modo geral. Com isso o aluno faria tudo dentro do seu ritmo, teria feedback e toda a organização seria dividida em partes menores. O curso foi dividido em 17 passos, essa divisão consistia em: avaliações escritas e apresentações. Sendo que os alunos eram atendidos de forma individual em cada processo.
No começo os estudantes foram expostos a avaliação do repertório de entrada, que identificava as habilidades necessárias para a realização do curso. No final o resultado mostrou que os alunos apresentaram um desempenho bem maior com esse tipo de avaliação em relação à avaliação de maneira tradicional. O material disponibilizado e as atividades realizadas formam suficientes para que os alunos alcançassem os objetivos do curso. Com isso, os alunos não só aprenderam, mas os índices mostraram que as maiorias dos pacientes mostraram um grande aumento na limpeza bucal.
Mesmo com tantos resultados positivos, porque continuamos a avaliar os alunos de forma tão tradicional e de maneira conjunta, sem respeitar suas capacidades e restrições individuais?  Creio que até mesmo pelo fato desses projetos serem mais trabalhos e tomar um pouco mais de tempo dos docentes é que eles ficam sempre no âmbito experimental.  Assim, cabe a boa vontade do corpo avaliador de entender que mesmo se o método tradicional de avalição for utilizado, que seja de maneira flexibilizada e ajustada as necessidades de cada um.





Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 12/0029430 Turma “C”.

Referências Bibliográficas
DIB,C.Z. (2002) Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do Instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htlm (texto 8.1)

Moraes, A.B.A.; Vieira, R.C.; Valvano, M..(1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões- Dentistas, 35, 498-508 (texto 8.2).  

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