Olá pessoal, hoje vamos abordar um assunto muito interessante e que desperta nossa curiosidade, a hipnose.Por
bastante tempo a hipnose esteve ligada a shows, mágicas e misticismo, ainda bem
que esse papel vem mudando e essa técnica está sendo utilizada cada vez mais
para tratamentos de problemas psíquicos.
O tratamento com hipnose alivia dores, ansiedade e estresse, ou seja, um
olhar diferente do que muitas vezes era visto como uma forma de charlatanismo,
hoje está sendo cada vez mais inserido em consultórios.
A
hipnose é um estado de alta concentração mental, no qual a percepção das
sensações sofre alterações em níveis variados, sem que o indivíduo perca a
consciência do aqui e agora. Sabendo disso percebemos que a imagem quase
caricatural que temos da hipnose vai se distanciando do real, uma vez, que o indivíduo
não faz nada do que não faria em seu estado de alerta e não fica inconsciente.
O
autor do texto deixa bem claro que a hipnose não é uma atividade autoritária e
sim colaborativa. O que muda é que entramos em um estado de consciência
modificado e por isso os processos cognitivos são alterados. A hipnose é uma
pratica regulamentada pelos conselhos federais de medicina, na psicologia ajuda
no tratamento de fobias, traumas, ansiedade, depressão. Na medicina e chamada
de hipnose clínica com a função secundária nos tratamentos musculares, alivio
de dores entre outros.
Mesmo
sendo tão usada, eis que surgem as dúvidas, a hipnose é de fato apenas uma
imaginação fértil ou atuação teatral? Essas questões surgem, pois a aplicação
clínica da hipnose é bastante estudada, já o efeito que ela causa nos processos
cerebrais ainda é muito vago. Os estudos desses fenômenos seguem duas direções,
a pesquisa intrínseca que busca entender os mecanismos da hipnose e da sugestão
no cérebro para compreender como ele atua. E por último a pesquisa
instrumental, que usa a hipnose como forma de estudar processos cognitivos
específicos, já que a hipnose pode ativar áreas isoladas no cérebro.
De
acordo com o psicólogo Paulo Madjarof Filho, existem cinco níveis de
profundidade para avaliar os estágios de transe hipnótico:
1. Hipnoidal:
as pálpebras do paciente pesam e a respiração fica lenta e compassada, é o
primeiro passo do relaxamento;
2. Nível
médio: a sensação mais perceptível e a de que o corpo está muito relaxado que
parece pesado;
3. Terceiro
Estágio: a pessoa deixa de sentir certas sensações como o toque, pressões e
dores;
4. Quarto
estágio: o profundo, a pessoa pode responder a perguntas e conversar;
5. Quinto
estágio: sonambúlico, fenômeno de amnésia e de alucinação é observado.
Vários
estudos apontam que a hipnose vai variar, algumas pessoas conseguem atingir
vários níveis e outras não. Isso vai depender da suscetibilidade de cada um, ou
seja, o quanto a pessoa está sensível a receber as influências no transe.
Psicólogos de Stanford desenvolveram uma escala para medir a capacidade de uma
pessoa hipnotizada, por exemplo, apenas dez por cento da população mundial
consegue chegar aos efeitos alucinatórios, esses recebem o nome de virtuosos.
Estudos
feitos por Spiegel, junto com o psicólogo Stephen Kosslyn da universidade de
Harvard, tenta provar que a hipnose não é fingimento, eles analisam imagens
cerebrais e fazem testes com a “brincadeira” das cores. Alguns testes mostram
que com a hipnose é possível ativar áreas especificas do cérebro a partir de
sugestões. E os estudo neurológicos sobre a supressão hipnótica de um efeito
denominado stroop confirmam a redução de atividade no córtex cingulado anterior
e em áreas visuais.
A
hipnose e a memoria é outro ponto importante abordado no texto, como vimos na
postagem anterior, os sentidos estão extremamente relacionados à capacidade de
memorização. Com isso, alguns estudos tentam mostrar se pessoas hipnotizadas
conseguem responder a questões efetivas, eventos significativos de suas vidas
que provavelmente afetam em suas ações e sua capacidade de lembrar.
Assim
como a meditação, a atividade de hipnose não é algo frequente na nossa cultura,
principalmente a hipnose que foi muito associada aos shows de mágica e a
truques.
Assim
como Jair, nosso personagem da tirinha, creio que a hipnose funcione de acordo
com o que estamos suscetíveis a receber. Mas não é tão simples assim, vamos fazer um
teste e perceba como a nossa mente nos prega peças, observe o quadro e analise
o efeito stoop. Eu achei que era um exercício fácil e até mesmo bobo, mas fui surpreendida
com o resultado,de fato a hipnose ativa e desativa áreas especificas do cérebro a
partir de sugestões.
Fazendo
referência ao texto Hipnose e Dor: proposta de Metodologia clínica e
qualitativa de assunto, vamos começar entendendo alguns pontos, a dor, por
exemplo, é vista como uma entidade independente, uma estrutura à parte que se
torna acessível por meio de respostas externas quantificáveis. Complacência é a
disposição habitual para responder aos desejos ou gosto de outro com a intenção
de ser agradável a tal. Sabendo disso, podemos relacionar a hipnose e a dor com
base em um experimento realizado por Maurício da Silva Neubern.
A proposta
da pesquisa é de apontar para as possibilidades de aplicação de alguns momentos
da interpretação que ocorrem em meios mais complexos, que foram registrados com
filmagens; registros escritos das expressões verbais.
Suzana,
46 anos, procurou o pesquisador por intermédio do filho depois de ouvir uma
palestra sobre o tema. Divorciada há oito anos, mãe de três filhos, não
trabalhava mais como costureira por causa das fortes dores que sentia. Enfim,
procurou ajuda, pois foi diagnosticada por seu médico com fibromialgia. Suzana
teve resistência para tratar-se de uma depressão, por causa do sentimento de
desprezo que sentia por parte dos médicos.
Ela se
queijava de que os profissionais não davam a devida atenção que ela esperava e
nenhum tratamento teve resultados positivos para amenizar sua dor. Ela estava disposta a colaborar com a
pesquisa, depois teve abertura para contar as histórias tristes de sua vida,
apesar do sorriso no rosto, Suzana tinha expressões que levavam ao negativismo.
Com a pesquisa foi possível notar a fragilidade de seus sentimentos, sua
autoimagem muito negativa.
Ela tivera uma vida cheia de acontecimentos afetivos
trágicos, um casamento cheio de humilhações, presenciou o suicídio de um ex-namorado
após seu casamento, dificuldade em sustentar os filhos, as dores e a
impossibilidade de trabalhar.
Com
a interpretação os indicadores apontavam que Suzana tinha um grande desejo de
ser acolhida e compreendida por algum profissional, ela não enxergava seu papel
como provedora de seus filhos. A dor a levava a um estágio de morte social, já
que estava impossibilitada de desenvolver qualquer papel que a fizesse sentir útil.
Esse tinha uma noção de fracasso em todas as áreas de sua vida, onde ela é
sempre a vítima e aquela pessoa com imagem de doente.
Os resultados
foram satisfatórios, uma vez que, a reconfiguração desses processos foi sendo
feito de forma efetiva com a junção de mente e corpo levou a um alívio de suas
dores. Suas expressões faciais de dor e tristezas ficaram mais leves, inclusive
a autoestima melhorou. Todo esse processo levou que Suzana novas construções de
sentido, um mecanismo de identificar a dor e para evitar que ela se instalasse novamente.
Creio
que a hipnose assim como a acupuntura, seja um tipo de medicina alternativa,
que alivie a dor e ajude os pacientes a tentarem buscar o foco, o ponto de
partida, tentando entender a causa desses males. De forma geral, a pesquisa
trouxe grande relevância para o estudo da hipnose e da dor, mostrando que é
muito importante voltar importância ao paciente em todos os aspectos de sua
vida, principalmente no alívio de dores que julgamos insuportáveis.
Drielle Teixeira Jardim
Matrícula: 120029430
Referências Bibliográficas
Fraga I. (2010) Hipnose fora do palco Ciência Hoje,
276,20-27
Neubern, M. S. (2009) Hipnose e dor: proposta
de metodologia clínica e qualitativa de estudo. PsicoUSF, 14, 201-209.
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