quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sobre ser são em lugares insanos


E ai pessoal, tudo bem?  Vamos a mais uma postagem, o tema de hoje é muito interessante e nos leva a um mundo novo, pelo menos para mim. Então, imagine você fazer um teste, uma espécie de brincadeira que poderia comprometer a credibilidade de algo que estava sendo a cura de todos os males na época no âmbito psiquiátrico. Foi o que fez David Rosenhan nos anos setenta, psiquiatra que tinha por objetivo testar a capacidade dos psiquiatras de diagnosticar e diferenciar pessoas sãs de pessoas insanas. Ele queria mostrar o quanto somos influenciados e subjetivos ao contexto momentâneo.
Mas, o que seria a insanidade mental? Insanidade é o substantivo feminino que significa loucura, demência, doidice, insânia. Também pode servir para indicar a condição de uma pessoa insensata ou insana. No âmbito da psicologia a insanidade mental consiste em um estado de fragilidade e confusão da mente. Que  pode ser resultado de uma psicose e pode se manifestar através de paranoia, depressão, melancolia, entre outros.
Quando fez uma viagem ao Vietnã, David se surpreendeu com o fato curioso que chamou sua atenção. Ele observou que muitas pessoas tentando fugir de serem convocados para a guerra, fingiam estar com esquizofrenia. Então, como conseguiam esse diagnóstico? Como os profissionais não conseguiam perceber que existia algo errado na quantidade de casos? Foi ai que ele resolveu chamar oito amigos que precisariam procurar instituições mentais publicas e privadas alegando ouvir uma voz dizendo “tum”. Esse tum foi escolhido  justamente por  não constar em registros  de pacientes, já que geralmente estes ouviam mensagens bem diferentes.   Depois do primeiro contanto deveriam dizem que não ouviam mais a voz e pedir para serem liberados.
 Os pseudopacientes, incluindo Rosenhan, receberam o diagnóstico surpreendente de esquizofrenia, apenas um recebeu o diagnóstico de psicose maníaco- depressiva, rotulo não menos pesado que o anterior.  Todos foram internados e submetidos à medicação, uns ficaram mais tempo que outros e o que perceberam foi à invisibilidade do paciente. Os psiquiatras não ouviam seus pacientes, apenas seguiam o protocolo geral de aferir a pressão e verificar a temperatura. Com a internação eles perceberam o quando as clinicas são desumanas, muitas vezes maltratam o seus pacientes, não o respeitam e eles vivem dopados de medicação, sem falar no isolamento, que pode levar ao tedio e assim trazer problemas ainda maiores.
Um fato me deixou muito intrigada, os insanos onde Rosenhan ficou internado percebeu a sanidade dele, enquanto os psiquiatras que deveriam ter notado isso não perceberam nada. Com isso vemos o poder da tendencialidade e do contexto na determinação da realidade. A pesquisa de Rosenhan deixou bem claro que os rótulos determinam como vemos o que vemos, e, sobretudo colocou em cheque a credibilidade e confiança na psiquiatria. A meu ver, mesmo sendo uma pesquisa sem detalhamentos precisos de informações foi o suficiente para estremecer as bases dessa ciência e causar alvoroço na área.
Causou revolta e muitas opiniões contra seu experimento, Robert Spitzer escreveu artigos em resposta e defendendo a credibilidade da psiquiatria  como profissão medica, seus artigos foram bem ásperos a Rosenhan dizendo que seus estudos foram mal feitos. Depois do artigo de David Rosenhan, muitas mudanças aconteceram no campo da psiquiatria, no DSM (Diagnostic and Statistical Manual) que é um manual com especificações de transtornos mentais que serve para enquadrar pacientes em determinada doença de acordo com seus sintomas.
Depois de tais mudanças, Robert Spitzer disse que os experimentos não poderiam ser repetidos com sucesso. Entretanto, a autora do texto e também psiquiatra, quis refazê-lo. Ela seguiu o mesmo procedimento realizado anteriormente e escolheu uma clínica bem conceituada. Foi atendida em pouco tempo, porém de forma humanizada muito diferente da época do experimento de Rosenhan.
Ela foi diagnosticada erroneamente com depressão e além de ter sido bem recebido pelos médicos e enfermeiros, ela não foi internada e isso é um avanço depois dos estudos de Rosenhan, as leis de internação ficaram bem mais severas. Agora eram as pílulas que reinavam, mesmo com diagnostico tão incerto, ela foi medicada com pílulas, é muito remédio para pouca certeza. Hoje existe um empenho em prescrever o que impulsiona a um diagnóstico assim como o de patologizar na época de Rosenhan.

Assista ao vídeo abaixo:




Drielle Teixeira Jardim  Matrícula:120029430  Turma “C”
Referências Bibliográficas
Slater, L. (2004) Sobre ser São em Lugares Insanos: experimentos com diagnóstico psiquiátrico. 
http://www.significados.com.br/insanidade/ (acessado em abril de 2016). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário