sexta-feira, 22 de abril de 2016

A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético



O que é determinismo Neurogenético?   Esse é um conceito importante para que possamos entender melhor o texto.  De forma simples, podemos definir determinismo neurogênico como ao que determina nosso comportamento por meio dos genes, se tenho o genes de ser violento, por exemplo, é como se eu já fosse predisposto a ser violento.
Vivemos em uma época conhecida como a Década do Cérebro, com várias descobertas e avanços neurológicos. O determinismo neurogenético se diz capaz de explicar tudo o que acontece na sociedade, resumindo, seu uma pessoa é homossexual é porque ele tem o cérebro gay, se é violenta é porque ela tem genes criminosos. Isso é contraditório, pois a simplificação sempre levou a ciência a cometer erros graves. Todo mundo já ouviu falar em Genoma Humano não é mesmo, então, é um projeto internacional orçado em mais de US$ 3 bilhões que tem por objetivo mapear e sequenciar o alfabeto do DNA dos cromossomos humanos.
Os neurocientistas estão em um momento propício à pesquisa, vários resultados sobre as sequências dos genes dos cromossomos, as janelas abertas para o cérebro por técnicas de imagens estão surgindo tão rápido que é difícil de assimilar. Mas o excesso de informação não atrapalharia o raciocínio? Com tantos estudos, a neurociência estaria perto de curar a violência das cidades através de cirurgia cerebral? Como fica a questão da essência da pessoa? Em outras palavras, caberia a ciência o papel de saber os motivos de nossas aflições e soluciona-las.
Os problemas são biológicos ou sociais?  Uma explicação aceitável deve levar em consideração os dois esses dois domínios e, sobretudo a experiência pessoal, pois nenhuma investigação deve excluir o componente pessoal. Fazer isso seria ser reducionista, em outras palavras o determinismo neurogenético que é baseado dessa forma é bem falha. A cascata reducionista tem dois passos, o primeiro é a reificação, que transforma o processo dinâmico em fenômeno estático e o segundo a aglomeração arbitrária que transforma interações reificadas como típicas de uma coisa.
É importante tentarmos olhar como a mente é algo de difícil alcance, seria uma armadilha tentar determinar causas de problemas observando apenas um aspecto. Para o reducionismo os processos sociais são vistos como “causados por”, “explicados por” ou “nada mais que” efeitos dos programas biológicos com base no cérebro ou nos genes. O que é genes? O gene é um segmento de uma molécula de DNA que contém um código para a produção dos aminoácidos da cadeia polipeptídica e as sequências reguladoras para a expressão, embora no genoma humano existam grandes sequências não codificantes.



 

Hoje, tentar explicar e encontrar soluções para a violência nas cidades está ligada aos fatores biológicos.  O livro O crime e a natureza humana do psicólogo Richard Herrnstein indicam que os crimes violentos nos Estado Unidos são predispostos a serem cometidos por negros e pobres, a explicação para isso é que isso aconteça estaria em suas constituições biológicas. Creio que isso seja improvável, já que apenas um fator biológico é colocado em cheque.
O determinismo trás muitas consequências, dentre elas na própria biologia, contradizendo a lei de seleção natural de Charles Darwin, sabendo que a evolução da espécie não depende apenas de um fator. Não podemos negar que o determinismo neurogênico está presente em nossa cultura, mas de fato, o contexto deve ser estudado como um fator determinante. Já vimos que existe uma variação muito grande entre os seres humanos, criamos rótulos, padrões, determinamos fatores, só que nada disso consegue desvendar a natureza humana por completo.




Drielle Teixeira Jardim              Matrícula 120029430
Referências Bibliográficas
Rose S.A. (1997) A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético. Ciência Hoje, 21, 18-27.

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