quinta-feira, 12 de maio de 2016

O uso de drogas e seus condicionantes - Parte 1



Bom dia pessoal, o post dessa semana trás um assunto bem delicado e preocupante, um problema de saúde pública: as drogas, em especial a cocaína, um estudo feito por Agostinha Mariana Costa de Almeida vai mostrar como o contexto influencia no uso dessas substâncias entorpecentes. Uma vez que a interação organismo-contexto pode explicar melhor a adicção.  A adicção é o vício, geralmente está relacionado a drogas ilícitas, mas pode significar qualquer dependência psicológica ou compulsão como por jogo, comida, sexo, internet e vários outros. 
O texto tem uma linguagem bem técnica, com vários termos científicos, mas isso não o deixa menos interessante. Aqui tratarei adicção pelo seu sinônimo mais comum vício ou às vezes falarei em dependência, para facilitar o entendimento de quem não tem tanta familiaridade com o assunto. Enfim, creio que o ponto chave do texto são os fatores condicionantes ao vicio na droga, é muito interessante pensar no porque existem pessoas que fazem uso da droga, mas não perdem o controle de si. E outras que ficam tão dependentes que não conseguem ter o controle em nenhuma esfera da vida.
O uso de forma excessiva das drogas atua diretamente no Sistema Nervoso Central e produz sensações de prazer e euforia. Temos vários fatores que podem explicar a dependência como: culturais, sociais, familiar; ansiedade, interpessoal.  Durante as décadas de 1980 o uso da cocaína aumentou consideravelmente, tornando-se um fenômeno diversificado, tanto em questões de uso quanto em relação ao modelo de uso, pois antes os adictos de cocaína eram considerados a minoria e estava concentrada em quem tinha um poder aquisitivo maior. Porém, depois dos anos 1990 aumentou o numero de usuários jovens entre 18 e 25 anos, principalmente por causa do crack, que é derivado da cocaína e possui um preço bem baixo.
Podemos relacionar esse texto com alguns do que já vimos anteriormente, por exemplo, a questão dos rótulos que não conseguem explicar os comportamentos esperados para certas pessoas, como a droga é acessível a todos os grupos e em especial o contexto pode definir o vício em drogas.  Vários rótulos são atribuídos aos usuários, vamos tentar entender alguns. A drogadicção, por exemplo, é quando acontece um aumento progressivo na frequência e na intensidade do uso, assim está relacionado diretamente ao craving é que o desejo pela droga.
 A Adicção é o termo usado para designar pessoas que não conseguem administrar o consumo da droga e precisam da sustância para manter o equilíbrio, dessa forma a dependência já está no nível de compulsão na autoadministração da droga. Essa dependência pode ser tanto física quanto psicológica, a dependência psicológica é mais forte nos fatores que cercam a intoxicação das drogas. Como eu disse antes, é muito importante à análise do condicionante, ou seja, o que é condição de um fato.
Os usuários muitas vezes aprendem a antecipar os efeitos da droga apenas pelo fato de estarem em lugares que envolvam um contexto, esses condicionamentos podem ser pessoas, lugares e sensações passadas e associadas com ao uso da droga. Dessa forma, esses condicionantes contribuem para a tolerância à droga, a presença do occasion setter mostra que antes mesmo do uso da cocaína, o dependente apresenta uma série de sinais.
No nosso país existem vários estereótipos acerca dos grupos nacionais e raciais, sempre ouvimos julgamentos sobre vários tipos diferentes. E com os usuários de drogas não é diferente, é interessante percebermos como a concepção da sociedade mudou sobre esse assunto. Antes os usuários de drogas eram vistos como pessoas de moral e caráter fracos ou ate mesmo eram tachadas como sem autocontrole.
Atualmente, existe muito uma necessidade de aceitação e de se encaixar em algum grupo, os padrões sociais implicam que pessoas que fazem uso de droga agora são maneiras ou descoladas. Seja por carência, tanto afetiva quanto de um status, muitas pessoas se usam da draga para se inserirem em grupos sociais. Dessa forma percebemos o quanto fatores sociais, culturais e de interação agem no consumo da droga. As substancias atuam em uma área especifica do cérebro que são consideradas áreas de recompensa, por isso atuam como um reforço positivo, já o mal estar é ocasionado na abstinência da droga é o esforço negativo.
A busca pela sensação de bem-estar passa a ser considerado como a causa pelo consumo excessivo de substâncias entorpecentes, assim a pessoa fica dependente da sensação de euforia. A falta do uso da droga gera a síndrome da recompensa que tem como primeiros sintomas a ansiedade e depressão. Quando falamos sobre o tratamento de viciados, temos que levar em consideração que o tratamento só vai fazer efeito se o usuário estiver aberto para que isso aconteça.
Na terapia existe a tentativa de fazer com que o dependente identifique elementos bons, assim a teoria motivacional acredita que o paciente em tratamento que esteja motivado e com a ajuda dos psicólogos vão ter resultados positivos. Vários pacientes se apoiam em prática religiosa, para que um tratamento tenha sucesso, a abstinência é indicador, o paciente é colocado em teste (como o de urina e sangue) e a cada passo de verificação ele ganha passes, e esses vales ele troca por produtos.

A Terapia Comportamental- Cognitivo é outro tratamento para dependentes, e foca nos eventos cognitivos na geração dos problemas pessoas e prioriza o ambiente em interação com o comportamento. É sempre interessante pensar no quanto o ambiente pode influenciar o dependente em alguma sustância, em questão a cocaína, como o psicológico consegue sentir coisas que remetem a um estado já vivido e ainda pensar em como algumas pessoas são mais tolerantes que outras. Então, vamos parar por aqui porque o estudo vai continuar na próxima postagem. Vamos tentar entender melhor a relação dos condicionantes e do uso de drogas.   







Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430 Turma: “C”

Referência Bibliográfica

Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: uma interface ente o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: Tese de Doutorado.

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