domingo, 22 de maio de 2016

O uso de drogas e seus condicionantes - Parte 2

Bom dia Pessoal, vamos a mais uma postagem! E como eu já tinha adiantado, continuaremos com o assunto do último post, o uso das drogas e seus condicionantes. Na postagem anterior notamos o quanto o contexto pode interferir e digamos que até influenciar os usuários de droga, no caso, continuaremos com a sustância cocaína, ou melhor, os abstinentes da cocaína que também são instrumento da pesquisa realizada na continuação desse tema.


O estudo contou com quinze participantes do sexo masculino com idade de 24 a 40 anos, a escolha não se deu de forma aleatória, foi utilizada a metodologia qualitativa, levando em consideração as informações relevantes, escolhendo assim esse número de participantes para que não acontecesse uma saturação teórica. A entrevista semiestruturada foi escolhida como instrumento de investigação, com o objetivo de colher dados importantes para a pesquisa, à entrevista foi guiada por um roteiro de questões compostas e relacionadas sobre a história do uso de droga, fatores atribuídos à manutenção da abstinência, significados dados aos efeitos da droga como a relação com o meio condicionante.
A seleção dos indivíduos aconteceu pela técnica conhecida como “bola de neve” que permite buscar uma amostra através de referências feita por pessoas que conhecem indivíduos que são de interesse para a pesquisa.  Alguns critérios foram estabelecidos para a inclusão: estar abstinente de droga por no mínimo cinco meses, preencher os critérios de DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) de viciados em cocaína; não apresentar prejuízo severo na linguagem para que não tenha perda na comunicação e não fazer uso de remédios para doença mental.
A maioria dos participantes possui o segundo grau escolar completo e a minoria é casada, sendo que o fato do vício pode ter influenciado na continuação dos relacionamentos amorosos. Nas entrevistas foi possível traçar um panorama no uso das drogas ilícitas, os estudos mostram que os viciados começam a usar maconha quando tinha de 13 a 15 anos de idade, assim, acima dos 18 anos começavam a usar  cocaína. O fator determinante para o inicio de uso de drogas foi a curiosidade, um fator secundário, mas não menos importante foram as amizades e por fim as festas que muitos frequentavam.
O sentimento de fracasso e impotência diante da situação de uso de drogas é um dos efeitos mais negativos que a vício trás. A questão da autoimagem é muito importante, o vício gera sentimentos de fracasso e o inibi de responder de maneira adequada aos desafios do cotidiano. O viciado cria uma imagem muito negativa de si, por isso o tratamento é tão importante, que atua como um reforçador de comportamento, sendo que se ele se sente amado pelo próximo, vai aprender a se amar.
Um ponto muito importante é a questão familiar, muitos autores apontam a estrutura familiar como um fator que influencia no risco ao uso problemático da droga, por exemplo, pais que protegem muito os filhos, criam filhos em uma redoma, em um mundo de visão irreal. Nessa questão a droga entra como algo que leva o indivíduo que sempre teve tudo muito fácil, sem precisar se esforçar para conquistar seus objetivos, algo novo, um prazer diferente do que ele está acostumado, uma mudança em sua rotina. Por isso, muitos terapeutas chama a atenção para esse fato de superproteção, como sendo um fator negativo. Atualmente, a vinda de um filho mudou muito a estrutura familiar, a postura de superproteção que os pais estão tendo está fazendo com que crianças e jovens se tornem adultos inseguros e muitas vezes incapazes de tomarem decisões. Recentemente esse assunto foi pauta de um programa de entretenimento de televisão, pais que tomam as decisões pelos filhos, que se intrometem e não deixam que criem sua individualidade e independência.
Enfim, voltando ao ponto principal de nosso tema, os dependentes, nutrem um sentimento de poder, se sentem poderosos e mais desinibidos sobre o estímulo da droga, assim, associam que sem seu consumo seria impossível viver e mesmo o sentimento de não poder usar leva a um estado de desequilíbrio. A cocaína oferece um status de euforia e dão tudo que desejam isso acontece por causa das combinações fisiológicas e psíquicas, creio que seja esse um dos fatores que levam as recaídas com tanta frequência.
Uma questão muito difícil de tratar são as recaídas, uma vez que, mesmo após anos de abstinência, ela pode acontecer. Muitos dependentes tentam de várias formas a abster do uso da droga, por diversos fatores, sendo familiares e até mesmo religiosos, é como se necessitassem de algo em que se apegar. Um dos pontos mais importantes é a mudança de ambiente, não expor o dependente a condições familiares ao uso da droga é o ponto chave na sua recuperação. A mudança de contexto, a mudança na convivência, ou seja, tanto os ambientes frequentados antes quanto as pessoas que lembrem a drogam devem ser deixadas de lado.
Vejamos o estudo do caso, pois uma entrevista que tem por limitação o tempo, o estudo do caso é uma tentativa de ilustrar um das propostas da pesquisa. Serão realizados encontros terapêuticos e seus resultados serão selecionados de acordo com a relevância para a natureza do estudo, vários casos foram abordados, aqui me apegarei ao do “K”, sem nenhum motivo especial e sim porque chamou minha atenção. Lembrando que a abordagem adotada foi a Cognitiva Comportamental, que prioriza o paradigma condicionante pavloviano como foco na aprendizagem complexa. Dessa forma lembramos das propriedades condicionais que são estímulos que ajudam a sinalizar a vinda das drogas, em que o dependente faz associação do ambiente com a utilização das substâncias químicas.
Vamos ver como realmente é a prática dessas questões, com 22 anos e em abstinência há seis meses K começou o processo terapêutico. Estava desempregado por causa das faltas constantes no último emprego, órfão aos 13 anos, usava maconha desde os 11 anos e pouco depois começou a consumir e vender cocaína e foi prezo. K teve uma infância sofrida, a mãe estava sempre doente e o pai não mantinha um relacionamento afetivo com ele e bebia bastante. Os encontros terapêuticos duraram nove meses, e durante esse processo ele faltou três vezes com justificativa.
Os encontros terapêuticos têm como ideia geral de que o vício é realmente uma doença, e que mesmo tendo uma ação no cérebro e que isso não seria uma situação irreversível, assim eram descobertas as dificuldades e aplicados um arsenal de maiores possibilidades. No decorrer dos encontros e nos relatos de K, foi apontado o papel do condicionante, assim, o intuito era que ele aprendesse a discriminar o seu estado corporal e os estímulos que se associavam a ele, que funcionavam como antecedentes para o uso das drogas dos quais são estímulos específicos do comportamento de K.  Mesmo com todo processo, k no decorrer dos encontros teve uma recaída e sentiu-se muito envergonhado com um sentimento muito triste, k foi a um bar dai relacionamos o ambiente, a importância do contexto com o uso, ele relembro e não se conteve.
Entretanto, a eficácia do tratamento do vício, poderia estar focado nas associações de representações atribuídas aos efeitos da droga interagindo com o contexto. As características dos encontros são: reforçar o vínculo terapêutico, dar ênfase na análise dos sentimentos para autoconhecimento; ampliar o repertório de auto regras e expandir para o cotidiano; mudança de crenças ente outros.



Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430 Turma: “C”
Referência Bibliográfica
Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: uma interface ente o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: Tese de Doutorado.



   

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O uso de drogas e seus condicionantes - Parte 1



Bom dia pessoal, o post dessa semana trás um assunto bem delicado e preocupante, um problema de saúde pública: as drogas, em especial a cocaína, um estudo feito por Agostinha Mariana Costa de Almeida vai mostrar como o contexto influencia no uso dessas substâncias entorpecentes. Uma vez que a interação organismo-contexto pode explicar melhor a adicção.  A adicção é o vício, geralmente está relacionado a drogas ilícitas, mas pode significar qualquer dependência psicológica ou compulsão como por jogo, comida, sexo, internet e vários outros. 
O texto tem uma linguagem bem técnica, com vários termos científicos, mas isso não o deixa menos interessante. Aqui tratarei adicção pelo seu sinônimo mais comum vício ou às vezes falarei em dependência, para facilitar o entendimento de quem não tem tanta familiaridade com o assunto. Enfim, creio que o ponto chave do texto são os fatores condicionantes ao vicio na droga, é muito interessante pensar no porque existem pessoas que fazem uso da droga, mas não perdem o controle de si. E outras que ficam tão dependentes que não conseguem ter o controle em nenhuma esfera da vida.
O uso de forma excessiva das drogas atua diretamente no Sistema Nervoso Central e produz sensações de prazer e euforia. Temos vários fatores que podem explicar a dependência como: culturais, sociais, familiar; ansiedade, interpessoal.  Durante as décadas de 1980 o uso da cocaína aumentou consideravelmente, tornando-se um fenômeno diversificado, tanto em questões de uso quanto em relação ao modelo de uso, pois antes os adictos de cocaína eram considerados a minoria e estava concentrada em quem tinha um poder aquisitivo maior. Porém, depois dos anos 1990 aumentou o numero de usuários jovens entre 18 e 25 anos, principalmente por causa do crack, que é derivado da cocaína e possui um preço bem baixo.
Podemos relacionar esse texto com alguns do que já vimos anteriormente, por exemplo, a questão dos rótulos que não conseguem explicar os comportamentos esperados para certas pessoas, como a droga é acessível a todos os grupos e em especial o contexto pode definir o vício em drogas.  Vários rótulos são atribuídos aos usuários, vamos tentar entender alguns. A drogadicção, por exemplo, é quando acontece um aumento progressivo na frequência e na intensidade do uso, assim está relacionado diretamente ao craving é que o desejo pela droga.
 A Adicção é o termo usado para designar pessoas que não conseguem administrar o consumo da droga e precisam da sustância para manter o equilíbrio, dessa forma a dependência já está no nível de compulsão na autoadministração da droga. Essa dependência pode ser tanto física quanto psicológica, a dependência psicológica é mais forte nos fatores que cercam a intoxicação das drogas. Como eu disse antes, é muito importante à análise do condicionante, ou seja, o que é condição de um fato.
Os usuários muitas vezes aprendem a antecipar os efeitos da droga apenas pelo fato de estarem em lugares que envolvam um contexto, esses condicionamentos podem ser pessoas, lugares e sensações passadas e associadas com ao uso da droga. Dessa forma, esses condicionantes contribuem para a tolerância à droga, a presença do occasion setter mostra que antes mesmo do uso da cocaína, o dependente apresenta uma série de sinais.
No nosso país existem vários estereótipos acerca dos grupos nacionais e raciais, sempre ouvimos julgamentos sobre vários tipos diferentes. E com os usuários de drogas não é diferente, é interessante percebermos como a concepção da sociedade mudou sobre esse assunto. Antes os usuários de drogas eram vistos como pessoas de moral e caráter fracos ou ate mesmo eram tachadas como sem autocontrole.
Atualmente, existe muito uma necessidade de aceitação e de se encaixar em algum grupo, os padrões sociais implicam que pessoas que fazem uso de droga agora são maneiras ou descoladas. Seja por carência, tanto afetiva quanto de um status, muitas pessoas se usam da draga para se inserirem em grupos sociais. Dessa forma percebemos o quanto fatores sociais, culturais e de interação agem no consumo da droga. As substancias atuam em uma área especifica do cérebro que são consideradas áreas de recompensa, por isso atuam como um reforço positivo, já o mal estar é ocasionado na abstinência da droga é o esforço negativo.
A busca pela sensação de bem-estar passa a ser considerado como a causa pelo consumo excessivo de substâncias entorpecentes, assim a pessoa fica dependente da sensação de euforia. A falta do uso da droga gera a síndrome da recompensa que tem como primeiros sintomas a ansiedade e depressão. Quando falamos sobre o tratamento de viciados, temos que levar em consideração que o tratamento só vai fazer efeito se o usuário estiver aberto para que isso aconteça.
Na terapia existe a tentativa de fazer com que o dependente identifique elementos bons, assim a teoria motivacional acredita que o paciente em tratamento que esteja motivado e com a ajuda dos psicólogos vão ter resultados positivos. Vários pacientes se apoiam em prática religiosa, para que um tratamento tenha sucesso, a abstinência é indicador, o paciente é colocado em teste (como o de urina e sangue) e a cada passo de verificação ele ganha passes, e esses vales ele troca por produtos.

A Terapia Comportamental- Cognitivo é outro tratamento para dependentes, e foca nos eventos cognitivos na geração dos problemas pessoas e prioriza o ambiente em interação com o comportamento. É sempre interessante pensar no quanto o ambiente pode influenciar o dependente em alguma sustância, em questão a cocaína, como o psicológico consegue sentir coisas que remetem a um estado já vivido e ainda pensar em como algumas pessoas são mais tolerantes que outras. Então, vamos parar por aqui porque o estudo vai continuar na próxima postagem. Vamos tentar entender melhor a relação dos condicionantes e do uso de drogas.   







Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430 Turma: “C”

Referência Bibliográfica

Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: uma interface ente o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: Tese de Doutorado.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos?


Bom dia pessoal! O post dessa semana é muito familiar, pois trata de um assunto muito interessante: Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos? Eu mudaria o título desse texto facilmente para algo do tipo; como julgamos as pessoas com as quais interagimos? Fazemos sem perceber e quando nos damos conta, lá estamos nós, sempre procurando intenções subjacentes nas pessoas. Temos uma teoria implícita de personalidade, ou seja, pessoas que apresentam determinados traços apresentarão consequentemente determinado comportamento.
Muitas vezes atribuímos vários conceitos a certos grupos, os psicólogos sociais chamam isso de estereótipos. Mas, afinal, o que é um estereótipo? Estereótipos são generalizações que as pessoas fazem sobre o comportamento ou características dos outros, significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, o estilo, cultura e modo de vida de alguém. 
 No nosso país existem vários estereótipos acerca dos grupos nacionais e raciais, sempre ouvimos julgamentos sobre nordestino, mineiros, paulistas, cariocas, negros e índios. Assim, nos deparamos com algo que não deveria acontecer, mas que é quase que rotineiro na nossa sociedade, o preconceito.  De forma camuflada, nos deparamos com inúmeros fatos de agressão, por simplesmente rotularmos pessoas, funções, comportamento entre outros.
É interessante pensar de todas as vezes que conhecemos uma pessoa de certa forma, começamos a formar uma opinião sobre ela. Parece normal né, então, não deveria ser.  Com isso, as percepções começam a observar o comportamento da pessoa, em seguida, colocamos em prática os nossos interesses, valores, estereótipos e rótulos e esse processo acontece de forma tão natural que nem nos damos conta de que estamos julgando e definindo um “pré” conceito sobre o outro.
Nos últimos tempos os psicólogos sociais estão se dedicando de forma especial a maneira como fazemos atribuições ao próximo.  Fritz Heider, um dos psicólogos sociais mais importantes, mostrou que tendemos a atribuir nossas ações e a dos outros a fatores internos, ou seja, nossas próprias intenções e disposições. E também a fatores externos como, por exemplo, a pressão social e as características da situação e isso leva ao erro fundamental da atribuição.

Por exemplo, quando ouvimos um goiano, mineiro ou paulista conversando, percebemos que o sotaque é diferente.  E a característica principal é o “R” retroflexo, melhor dizendo, o comum o "r caipira".  Que não é nada a mais que a consoante em que a língua se dobra para trás. Dessa forma, quando vemos pessoas do interior, de cidade pequena dialogando entre sim, sempre rotulamos como caipiras, como se não soubessem falar direito, dizemos que é feio e o pior, não respeitamos o contexto em que aquela pessoa vive.
Segundo Kelly, quando tentamos dar razões para o comportamento alheio nos atentamos a três fatores importantes; prestamos atenção no consenso, à consistência e a clareza.  Vamos entender como as pessoas são influenciadas e como elas influenciam as outras. A tendenciosidade auto- servidor é o que fazemos quando damos atribuições que nos protejam, que sirvam ao nosso ego, que nos façam parecer bem aos nossos olhos e aos olhos dos outros.
Há várias formas de exercer influência sobre uma pessoa e seguimos seis leis básicas para isso que são: poder da correção, poder de recompensa, poder de referência, poder do conhecimento, poder legítimo e poder de informação. Sempre tentamos mudar o comportamento, feito de outras pessoas, isso acontece pelo fato da teoria da dissonância cognitiva, que Leon Festinger mostra a necessidade que temos de tornar compatível e harmonizar pensamentos que não estejam em acordo.
Para isso, utilizamos várias formas de persuasão, entre elas podemos citar: o princípio do contrataste, é quando cometemos um erro, e para amenizar a reação do outro, mostramos que existem erros muito mais graves assim ela vai se sentir mais conformada; a regra da reciprocidade, essa é bem comum, a tendência de querermos que o outro retribua o que fizemos para ele; e por fim a comprovação social, onde tentamos ajustar os nossos modos com os da sociedade, já que não gostamos de nos sentir diferentes dos demais.
Segundo Rodrigues em 1988, a atitude é um sentimento pró ou contra um objeto social, pode se tratar de uma pessoa, um acontecimento ou qualquer outro produto da atividade humana. Essa questão sobre atitude é muito vista em nossa sociedade, as atitudes são instigadoras de comportamento, na maioria das vezes quando dizemos que alguém tem atitude essa pessoa é vista com bons olhos, como se destoasse da maioria.
Para formarmos nossas atitudes não existe uma receita chave, vai depender da identificação do indivíduo com determinado grupo.  Muitas vezes, pessoas com atitudes diferentes, que fogem do padrão da sociedade, geram um sentimento diferente de pessoas que não são abertas e perceber que cada pessoa tem sua individualidade, é a partir daí que entra a capacidade que temos de agredir o outro. Quando falamos da origem do comportamento agressivo, temos que levar em consideração diversos fatores, sejam eles psicológicos, neurológicos entre outros.
Porém, muitas explicações estão voltadas para a criação na primeira infância, sendo que temos valores que nos são passados ainda pequenos que nos influenciam bastante na formação como indivíduo. A psicologia social tenta mostrar como cada pessoa pode reagir diante de situações diversas, como somos suscetíveis a rotular as pessoas por simplesmente acharmos que elas não fazem parte do mesmo grupo, e não compartilham das mesmas ideias. Assim precisamos aprender que cada pessoa vai ter sua essência, vai pensar de um jeito diferente e por isso devemos respeitar cada um em sua individualidade sem criar estereótipos.



Drielle Teixeira Jardim Matrícula Turma "C" 120029430




quinta-feira, 5 de maio de 2016

Stanley Milgram e a obediência à autoridade


Olá pessoal, vamos a mais uma publicação. E o texto dessa semana não deixa a desejar em relação aos anteriores, com o tema muito interessante sobre a obediência. Stanley Milgram tinha 27 anos e era professor assistente de psicologia em Yale, que se interessava no estudo da obediência à autoridade. Num contexto pós-Holocausto, ele tinha a pretensão de entender os fatos e as atrocidades que tantos oficiais cometeram supostamente sobre ordens de seus superiores. Com uma explicação muito obvia, a personalidade autoritária, que acreditam que certos tipos de experiências na infância, conduziriam pessoas a fazer qualquer coisa a alguém.
Milgram acreditava que a obediência destrutiva estava mais ligada ao poder da situação do que a personalidade. Ele acreditava que qualquer pessoal dependendo da situação, abandonaria suas convicções morais e sobre ordem cometeria qualquer atrocidade. Diante disso, Malgram realizou um teste com um dos aparelhos mais horríveis de tortura, a máquina de choque, lembrando, uma máquina falsa. Ele recrutou centenas de voluntários, sendo que motivados por uma quantia em dinheiro e ordenou que aplicassem choques em níveis letais e um ator fingia dor a até morte. Seu objetivo era ver quantas pessoas obedeceriam às ordens desse experimento e quantas se negariam.
Desobediência, substantivo feminino, ausência de obediência; inobediência, insubordinação.  Assim, testar esse conceito é ir de encontro com a natureza humana, a princípio esse era o foco. O teste consistia em um jogo de memória, onde o professor (voluntário verdadeiro) falaria as sequências de palavras e o aluno (ator) teria que repeti na ordem certa as palavras. Assim, se o aluno errasse a sequência levaria um choque onde a voltagem aumentaria de acordo com a constância dos erros. Milgram acreditava que as pessoas não obedeceriam em um índice tão alto e estava errado, ele ficou extremamente surpreso com o resultado, sessenta e cinco por cento obedeceu ao comando de continuar dando choques. 
A surpresa vem do fato e sermos humanista de coração, ele tentou fazer algumas relações dos resultados com pesquisa de opinião na universidade para saber se as pessoas dariam ou não o choque e sobre a personalidade só surgiu mais dúvidas. Milgram contou com a ajuda do estudante Alan Elms para recrutar e manter voluntários, eles analisavam os objetos humanos pelo espelho unidirecional. O estudo foi importante porque desvinculou fatos importantes, por exemplo, de assassinato em fúria, o fato mostra que não é quem você é, das suas crenças, não depende do seu caráter e sim de onde você está.
A autora ficou intrigada e conversando com Elms eles entenderam que não é porque uma pessoa age de um jeito em um determinado lugar que consequentemente vai agir igual em outro. Seu comportamento vai depender da situação que ela estiver inserida, por exemplo, crianças que recebiam pouca punição se tornaram mais obedientes, enquanto as que recebiam punições severas tinha a tendência de ser mais desafiadoras. Mais isso não vai ser um fato determinante de personalidade, conversando com duas pessoas que participaram dos textos a autora do texto pode entender melhor.
Primeiro ela conversou com Joshua, um desafiador, que parou em 150 volts, ele disse que se sentia mal e guardava todas as lembranças daquele experimento na memória. Sendo um desafiador esperava-se que Joshua tivesse parado por causa do próximo, mas não, ele parou, pois estava preocupado com o estresse que o experimento estava lhe causando. Em segundo plano estava à preocupação com o cara, assim como Elms já havia dito; os obedientes quase sempre atiram nas pessoas durante o serviço militar e os desafiadores quase nunca.
O segundo voluntário foi Jacob, um nome fictício, foi obediente e chegou ao limite da experiência. Mas, ele enxergou isso de forma positiva, pois antes do teste ele fingia ser uma pessoa que não era. Depois do teste ele assumiu sua homossexualidade, confrontou a sua própria obediência, tentando assim desenvolver uma forte personalidade desafiante. Os efeitos do experimento de Milgram foram sentidos de forma diferente, em alguns foram positivo em outros nem tanto, mas uma coisa é certa, a natureza humana está longe de ser decifrada, o que temos é uma tentativa de predizer uma reação esperada.

Pensamos que pessoas bem vestidas, como de jaleco, podem nos influenciar e fazer com que reagimos e agimos de formas diferentes, pois a imagem de uma pessoa que usa jaleco branco passa credibilidade e confiança. É como se você confiasse no próximo a ponto de fazer qualquer coisa para não contrariar um status. Acredito que o por uma questão de sobrevivência podemos agir e cometer qualquer coisa, o caso das maldades cometidas na época do holocausto não é isolado, elas aconteceriam em qualquer lugar, isso vai depender do contexto, da influência e pressão sofrida e da necessidade do fazer.





Drielle Teixeira Jardim   Matrícula: 120029430 Turma “C”
Referências Bibliográficas
Slater, L.(2004) Mente e Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro