sábado, 30 de abril de 2016

Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? e Aplicação e Avaliação de um Curso Programado Individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba.



Boa tarde pessoal, no post dessa semana abordaremos um assunto muito discutido na área da educação, a forma que os alunos são avaliados em determinados cursos. Todo docente no final do programa deve avaliar seu aluno, colocando uma nota final. Mas, antes de dar essa nota, vai ser decidido se a nota de cada aluno deve refletir o alcance de objetivos previamente estabelecidos ou se deveria refletir o desempenho do aluno quando comparado com o do restante da classe. Em outras palavras, a avaliação deveria ser referenciada por critério ou por norma.
A avaliação referenciada por norma é usada normalmente na abordagem tradicional no processo de avaliação das notas de um curso. É fundamentada na curva de distribuição normal, chamada de curva gaussiana. De acordo com essa abordagem, a parti do desempenho de um determinado grupo de estudantes, compara-se o escore obtido por um aluno com a média do grupo, para tentar definir se seu resultado está acima ou abaixo dessa média. Assim, o professor decide quem fracassou e quem ira passar, o professor consegue fazer ajustes nos resultados, ou elaborando provas muito fáceis ou muito difíceis.
Nessa abordagem a preocupação não está voltada em avaliar o que o estudante aprende, a preocupação está em seu desempenho em relação ao grupo. Esse tipo de abordagem é muito utilizado em planos de seleção e de certificação, geralmente é normal esperar que poucos alunos alcançassem bons resultados. Quando avaliamos um aluno de sem prestar atenção em suas habilidades individuais, deixamos a parte mais importante de lado, o que o aluno realmente assimilou do conteúdo. Não conseguimos mensurar o aprendizado individual, que ponto ele não teve bom aproveitamento e em quais ele se sobressaiu.
Sabemos que esse tipo de avaliação utiliza uma pequena parte do conteúdo e não um todo, isso estimula a competição entre alunos. Mesmo que os professores não possam concluir o que o aluno realmente domínio o que foi apresentado. Várias unidades de ensino como a USP avaliam anualmente os resultados de seus cursos a partir da analise da distribuição normal. Com o apoio do Departamento de Ensino e Ciência da Unesco e utilizando-se um material auto instrutivo interativo de física, foi proposto que cada aluno usasse do tempo necessário para realizarem leituras e responder as questões propostas.
Os resultados não alcançaram uma distribuição normal, onde temos um gráfico de referencia e um escore, mas sim, um desempenho de nove a dez, onde a maioria dos alunos dominavam os conteúdos. Assim aconteceu simplesmente pelo fato dos alunos poderem utilizar o tempo necessário para concluir a atividade proposta. Muitos estudos são realizados nessa área, para tentar mostrar que o que se pode medir é quem aprende mais em um determinado tempo, e mesmo assim isso não é uma regra básica, porque temos mentes que funcionam de maneiras várias e de acordo com as situações.
A abordagem referenciada por critério vem ganhando espaço como uma abordagem alternativa que requer que os critérios de aprendizagem sejam estabelecidos previamente. Abrangendo toda a matéria e indicando o que se  espera aluno no final do processo  ensino aprendizagem. O aluno só passa para o tópico seguinte do programa se ele alcançar os objetivos do que foi estudado antes. O aluno é avaliado de forma individual e não com relação ao resultado dos demais alunos.


No texto Aplicação e avaliação de um curso programado individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, tem o objetivo de avaliar seus alunos de forma individualizada. Seus alunos foram submetidos a uma aplicação de um programa de tratamento preventivo de placa dental e outros cuidados bucais. Esse curso de Programa individualizado está relacionado com a Universidade de Brasília, nos anos 60 os professores envolvidos nesse projeto queriam testar esse método de ensino.
O aluno seria avaliado pelo tempo gasto para concluir o curso, pela eficiência nas atividades, na interação com o paciente, pela porcentagem de acerto nas avaliações, ele seria observado de modo geral. Com isso o aluno faria tudo dentro do seu ritmo, teria feedback e toda a organização seria dividida em partes menores. O curso foi dividido em 17 passos, essa divisão consistia em: avaliações escritas e apresentações. Sendo que os alunos eram atendidos de forma individual em cada processo.
No começo os estudantes foram expostos a avaliação do repertório de entrada, que identificava as habilidades necessárias para a realização do curso. No final o resultado mostrou que os alunos apresentaram um desempenho bem maior com esse tipo de avaliação em relação à avaliação de maneira tradicional. O material disponibilizado e as atividades realizadas formam suficientes para que os alunos alcançassem os objetivos do curso. Com isso, os alunos não só aprenderam, mas os índices mostraram que as maiorias dos pacientes mostraram um grande aumento na limpeza bucal.
Mesmo com tantos resultados positivos, porque continuamos a avaliar os alunos de forma tão tradicional e de maneira conjunta, sem respeitar suas capacidades e restrições individuais?  Creio que até mesmo pelo fato desses projetos serem mais trabalhos e tomar um pouco mais de tempo dos docentes é que eles ficam sempre no âmbito experimental.  Assim, cabe a boa vontade do corpo avaliador de entender que mesmo se o método tradicional de avalição for utilizado, que seja de maneira flexibilizada e ajustada as necessidades de cada um.





Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 12/0029430 Turma “C”.

Referências Bibliográficas
DIB,C.Z. (2002) Afinal, o que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela distribuição normal? Boletim informativo do Instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htlm (texto 8.1)

Moraes, A.B.A.; Vieira, R.C.; Valvano, M..(1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões- Dentistas, 35, 498-508 (texto 8.2).  

sexta-feira, 22 de abril de 2016

A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético



O que é determinismo Neurogenético?   Esse é um conceito importante para que possamos entender melhor o texto.  De forma simples, podemos definir determinismo neurogênico como ao que determina nosso comportamento por meio dos genes, se tenho o genes de ser violento, por exemplo, é como se eu já fosse predisposto a ser violento.
Vivemos em uma época conhecida como a Década do Cérebro, com várias descobertas e avanços neurológicos. O determinismo neurogenético se diz capaz de explicar tudo o que acontece na sociedade, resumindo, seu uma pessoa é homossexual é porque ele tem o cérebro gay, se é violenta é porque ela tem genes criminosos. Isso é contraditório, pois a simplificação sempre levou a ciência a cometer erros graves. Todo mundo já ouviu falar em Genoma Humano não é mesmo, então, é um projeto internacional orçado em mais de US$ 3 bilhões que tem por objetivo mapear e sequenciar o alfabeto do DNA dos cromossomos humanos.
Os neurocientistas estão em um momento propício à pesquisa, vários resultados sobre as sequências dos genes dos cromossomos, as janelas abertas para o cérebro por técnicas de imagens estão surgindo tão rápido que é difícil de assimilar. Mas o excesso de informação não atrapalharia o raciocínio? Com tantos estudos, a neurociência estaria perto de curar a violência das cidades através de cirurgia cerebral? Como fica a questão da essência da pessoa? Em outras palavras, caberia a ciência o papel de saber os motivos de nossas aflições e soluciona-las.
Os problemas são biológicos ou sociais?  Uma explicação aceitável deve levar em consideração os dois esses dois domínios e, sobretudo a experiência pessoal, pois nenhuma investigação deve excluir o componente pessoal. Fazer isso seria ser reducionista, em outras palavras o determinismo neurogenético que é baseado dessa forma é bem falha. A cascata reducionista tem dois passos, o primeiro é a reificação, que transforma o processo dinâmico em fenômeno estático e o segundo a aglomeração arbitrária que transforma interações reificadas como típicas de uma coisa.
É importante tentarmos olhar como a mente é algo de difícil alcance, seria uma armadilha tentar determinar causas de problemas observando apenas um aspecto. Para o reducionismo os processos sociais são vistos como “causados por”, “explicados por” ou “nada mais que” efeitos dos programas biológicos com base no cérebro ou nos genes. O que é genes? O gene é um segmento de uma molécula de DNA que contém um código para a produção dos aminoácidos da cadeia polipeptídica e as sequências reguladoras para a expressão, embora no genoma humano existam grandes sequências não codificantes.



 

Hoje, tentar explicar e encontrar soluções para a violência nas cidades está ligada aos fatores biológicos.  O livro O crime e a natureza humana do psicólogo Richard Herrnstein indicam que os crimes violentos nos Estado Unidos são predispostos a serem cometidos por negros e pobres, a explicação para isso é que isso aconteça estaria em suas constituições biológicas. Creio que isso seja improvável, já que apenas um fator biológico é colocado em cheque.
O determinismo trás muitas consequências, dentre elas na própria biologia, contradizendo a lei de seleção natural de Charles Darwin, sabendo que a evolução da espécie não depende apenas de um fator. Não podemos negar que o determinismo neurogênico está presente em nossa cultura, mas de fato, o contexto deve ser estudado como um fator determinante. Já vimos que existe uma variação muito grande entre os seres humanos, criamos rótulos, padrões, determinamos fatores, só que nada disso consegue desvendar a natureza humana por completo.




Drielle Teixeira Jardim              Matrícula 120029430
Referências Bibliográficas
Rose S.A. (1997) A perturbadora ascensão do determinismo neurogenético. Ciência Hoje, 21, 18-27.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sobre ser são em lugares insanos


E ai pessoal, tudo bem?  Vamos a mais uma postagem, o tema de hoje é muito interessante e nos leva a um mundo novo, pelo menos para mim. Então, imagine você fazer um teste, uma espécie de brincadeira que poderia comprometer a credibilidade de algo que estava sendo a cura de todos os males na época no âmbito psiquiátrico. Foi o que fez David Rosenhan nos anos setenta, psiquiatra que tinha por objetivo testar a capacidade dos psiquiatras de diagnosticar e diferenciar pessoas sãs de pessoas insanas. Ele queria mostrar o quanto somos influenciados e subjetivos ao contexto momentâneo.
Mas, o que seria a insanidade mental? Insanidade é o substantivo feminino que significa loucura, demência, doidice, insânia. Também pode servir para indicar a condição de uma pessoa insensata ou insana. No âmbito da psicologia a insanidade mental consiste em um estado de fragilidade e confusão da mente. Que  pode ser resultado de uma psicose e pode se manifestar através de paranoia, depressão, melancolia, entre outros.
Quando fez uma viagem ao Vietnã, David se surpreendeu com o fato curioso que chamou sua atenção. Ele observou que muitas pessoas tentando fugir de serem convocados para a guerra, fingiam estar com esquizofrenia. Então, como conseguiam esse diagnóstico? Como os profissionais não conseguiam perceber que existia algo errado na quantidade de casos? Foi ai que ele resolveu chamar oito amigos que precisariam procurar instituições mentais publicas e privadas alegando ouvir uma voz dizendo “tum”. Esse tum foi escolhido  justamente por  não constar em registros  de pacientes, já que geralmente estes ouviam mensagens bem diferentes.   Depois do primeiro contanto deveriam dizem que não ouviam mais a voz e pedir para serem liberados.
 Os pseudopacientes, incluindo Rosenhan, receberam o diagnóstico surpreendente de esquizofrenia, apenas um recebeu o diagnóstico de psicose maníaco- depressiva, rotulo não menos pesado que o anterior.  Todos foram internados e submetidos à medicação, uns ficaram mais tempo que outros e o que perceberam foi à invisibilidade do paciente. Os psiquiatras não ouviam seus pacientes, apenas seguiam o protocolo geral de aferir a pressão e verificar a temperatura. Com a internação eles perceberam o quando as clinicas são desumanas, muitas vezes maltratam o seus pacientes, não o respeitam e eles vivem dopados de medicação, sem falar no isolamento, que pode levar ao tedio e assim trazer problemas ainda maiores.
Um fato me deixou muito intrigada, os insanos onde Rosenhan ficou internado percebeu a sanidade dele, enquanto os psiquiatras que deveriam ter notado isso não perceberam nada. Com isso vemos o poder da tendencialidade e do contexto na determinação da realidade. A pesquisa de Rosenhan deixou bem claro que os rótulos determinam como vemos o que vemos, e, sobretudo colocou em cheque a credibilidade e confiança na psiquiatria. A meu ver, mesmo sendo uma pesquisa sem detalhamentos precisos de informações foi o suficiente para estremecer as bases dessa ciência e causar alvoroço na área.
Causou revolta e muitas opiniões contra seu experimento, Robert Spitzer escreveu artigos em resposta e defendendo a credibilidade da psiquiatria  como profissão medica, seus artigos foram bem ásperos a Rosenhan dizendo que seus estudos foram mal feitos. Depois do artigo de David Rosenhan, muitas mudanças aconteceram no campo da psiquiatria, no DSM (Diagnostic and Statistical Manual) que é um manual com especificações de transtornos mentais que serve para enquadrar pacientes em determinada doença de acordo com seus sintomas.
Depois de tais mudanças, Robert Spitzer disse que os experimentos não poderiam ser repetidos com sucesso. Entretanto, a autora do texto e também psiquiatra, quis refazê-lo. Ela seguiu o mesmo procedimento realizado anteriormente e escolheu uma clínica bem conceituada. Foi atendida em pouco tempo, porém de forma humanizada muito diferente da época do experimento de Rosenhan.
Ela foi diagnosticada erroneamente com depressão e além de ter sido bem recebido pelos médicos e enfermeiros, ela não foi internada e isso é um avanço depois dos estudos de Rosenhan, as leis de internação ficaram bem mais severas. Agora eram as pílulas que reinavam, mesmo com diagnostico tão incerto, ela foi medicada com pílulas, é muito remédio para pouca certeza. Hoje existe um empenho em prescrever o que impulsiona a um diagnóstico assim como o de patologizar na época de Rosenhan.

Assista ao vídeo abaixo:




Drielle Teixeira Jardim  Matrícula:120029430  Turma “C”
Referências Bibliográficas
Slater, L. (2004) Sobre ser São em Lugares Insanos: experimentos com diagnóstico psiquiátrico. 
http://www.significados.com.br/insanidade/ (acessado em abril de 2016). 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Hipnose fora do palco e Hipnose e Dor: proposta de metodologia clínica e qualitativa de estudo



Olá pessoal, hoje vamos abordar um assunto muito interessante e que desperta nossa curiosidade, a hipnose.Por bastante tempo a hipnose esteve ligada a shows, mágicas e misticismo, ainda bem que esse papel vem mudando e essa técnica está sendo utilizada cada vez mais para tratamentos de problemas psíquicos.  O tratamento com hipnose alivia dores, ansiedade e estresse, ou seja, um olhar diferente do que muitas vezes era visto como uma forma de charlatanismo, hoje está sendo cada vez mais inserido em consultórios.
A hipnose é um estado de alta concentração mental, no qual a percepção das sensações sofre alterações em níveis variados, sem que o indivíduo perca a consciência do aqui e agora. Sabendo disso percebemos que a imagem quase caricatural que temos da hipnose vai se distanciando do real, uma vez, que o indivíduo não faz nada do que não faria em seu estado de alerta e não fica inconsciente.
O autor do texto deixa bem claro que a hipnose não é uma atividade autoritária e sim colaborativa. O que muda é que entramos em um estado de consciência modificado e por isso os processos cognitivos são alterados. A hipnose é uma pratica regulamentada pelos conselhos federais de medicina, na psicologia ajuda no tratamento de fobias, traumas, ansiedade, depressão. Na medicina e chamada de hipnose clínica com a função secundária nos tratamentos musculares, alivio de dores entre outros.
Mesmo sendo tão usada, eis que surgem as dúvidas, a hipnose é de fato apenas uma imaginação fértil ou atuação teatral? Essas questões surgem, pois a aplicação clínica da hipnose é bastante estudada, já o efeito que ela causa nos processos cerebrais ainda é muito vago. Os estudos desses fenômenos seguem duas direções, a pesquisa intrínseca que busca entender os mecanismos da hipnose e da sugestão no cérebro para compreender como ele atua. E por último a pesquisa instrumental, que usa a hipnose como forma de estudar processos cognitivos específicos, já que a hipnose pode ativar áreas isoladas no cérebro.
De acordo com o psicólogo Paulo Madjarof Filho, existem cinco níveis de profundidade para avaliar os estágios de transe hipnótico:
1.    Hipnoidal: as pálpebras do paciente pesam e a respiração fica lenta e compassada, é o primeiro passo do relaxamento;
2.    Nível médio: a sensação mais perceptível e a de que o corpo está muito relaxado que parece pesado;
3.    Terceiro Estágio: a pessoa deixa de sentir certas sensações como o toque, pressões e dores;
4.    Quarto estágio: o profundo, a pessoa pode responder a perguntas e conversar;
5.    Quinto estágio: sonambúlico, fenômeno de amnésia e de alucinação é observado.
Vários estudos apontam que a hipnose vai variar, algumas pessoas conseguem atingir vários níveis e outras não. Isso vai depender da suscetibilidade de cada um, ou seja, o quanto a pessoa está sensível a receber as influências no transe. Psicólogos de Stanford desenvolveram uma escala para medir a capacidade de uma pessoa hipnotizada, por exemplo, apenas dez por cento da população mundial consegue chegar aos efeitos alucinatórios, esses recebem o nome de virtuosos.
Estudos feitos por Spiegel, junto com o psicólogo Stephen Kosslyn da universidade de Harvard, tenta provar que a hipnose não é fingimento, eles analisam imagens cerebrais e fazem testes com a “brincadeira” das cores. Alguns testes mostram que com a hipnose é possível ativar áreas especificas do cérebro a partir de sugestões. E os estudo neurológicos sobre a supressão hipnótica de um efeito denominado stroop confirmam a redução de atividade no córtex cingulado anterior e em áreas visuais.
A hipnose e a memoria é outro ponto importante abordado no texto, como vimos na postagem anterior, os sentidos estão extremamente relacionados à capacidade de memorização. Com isso, alguns estudos tentam mostrar se pessoas hipnotizadas conseguem responder a questões efetivas, eventos significativos de suas vidas que provavelmente afetam em suas ações e sua capacidade de lembrar.                  
Assim como a meditação, a atividade de hipnose não é algo frequente na nossa cultura, principalmente a hipnose que foi muito associada aos shows de mágica e a truques.


Assim como Jair, nosso personagem da tirinha, creio que a hipnose funcione de acordo com o que estamos suscetíveis a receber.  Mas não é tão simples assim, vamos fazer um teste e perceba como a nossa mente nos prega peças, observe o quadro e analise o efeito stoop. Eu achei que era um exercício fácil e até mesmo bobo, mas fui surpreendida com o resultado,de fato a hipnose ativa e desativa áreas especificas do cérebro a partir de sugestões.


Fazendo referência ao texto Hipnose e Dor: proposta de Metodologia clínica e qualitativa de assunto, vamos começar entendendo alguns pontos, a dor, por exemplo, é vista como uma entidade independente, uma estrutura à parte que se torna acessível por meio de respostas externas quantificáveis. Complacência é a disposição habitual para responder aos desejos ou gosto de outro com a intenção de ser agradável a tal. Sabendo disso, podemos relacionar a hipnose e a dor com base em um experimento realizado por Maurício da Silva Neubern.
A proposta da pesquisa é de apontar para as possibilidades de aplicação de alguns momentos da interpretação que ocorrem em meios mais complexos, que foram registrados com filmagens; registros escritos das expressões verbais.
Suzana, 46 anos, procurou o pesquisador por intermédio do filho depois de ouvir uma palestra sobre o tema. Divorciada há oito anos, mãe de três filhos, não trabalhava mais como costureira por causa das fortes dores que sentia. Enfim, procurou ajuda, pois foi diagnosticada por seu médico com fibromialgia. Suzana teve resistência para tratar-se de uma depressão, por causa do sentimento de desprezo que sentia por parte dos médicos.
Ela se queijava de que os profissionais não davam a devida atenção que ela esperava e nenhum tratamento teve resultados positivos para amenizar sua dor.  Ela estava disposta a colaborar com a pesquisa, depois teve abertura para contar as histórias tristes de sua vida, apesar do sorriso no rosto, Suzana tinha expressões que levavam ao negativismo. Com a pesquisa foi possível notar a fragilidade de seus sentimentos, sua autoimagem muito negativa.
 Ela tivera uma vida cheia de acontecimentos afetivos trágicos, um casamento cheio de humilhações, presenciou o suicídio de um ex-namorado após seu casamento, dificuldade em sustentar os filhos, as dores e a impossibilidade de trabalhar.
Com a interpretação os indicadores apontavam que Suzana tinha um grande desejo de ser acolhida e compreendida por algum profissional, ela não enxergava seu papel como provedora de seus filhos. A dor a levava a um estágio de morte social, já que estava impossibilitada de desenvolver qualquer papel que a fizesse sentir útil. Esse tinha uma noção de fracasso em todas as áreas de sua vida, onde ela é sempre a vítima e aquela pessoa com imagem de doente.
Os resultados foram satisfatórios, uma vez que, a reconfiguração desses processos foi sendo feito de forma efetiva com a junção de mente e corpo levou a um alívio de suas dores. Suas expressões faciais de dor e tristezas ficaram mais leves, inclusive a autoestima melhorou. Todo esse processo levou que Suzana novas construções de sentido, um mecanismo de identificar a dor e para evitar que ela se instalasse novamente.
Creio que a hipnose assim como a acupuntura, seja um tipo de medicina alternativa, que alivie a dor e ajude os pacientes a tentarem buscar o foco, o ponto de partida, tentando entender a causa desses males. De forma geral, a pesquisa trouxe grande relevância para o estudo da hipnose e da dor, mostrando que é muito importante voltar importância ao paciente em todos os aspectos de sua vida, principalmente no alívio de dores que julgamos insuportáveis.



Drielle Teixeira Jardim   Matrícula: 120029430
Referências Bibliográficas
Fraga I. (2010) Hipnose fora do palco Ciência Hoje, 276,20-27
Neubern, M. S. (2009) Hipnose e dor: proposta de metodologia clínica e qualitativa de estudo. PsicoUSF, 14, 201-209.





domingo, 3 de abril de 2016

A Mente e a Memória


No texto proposto, A mente e a Memória- Um pequeno livro sobre uma vasta memória, relata a experiência feita com S. que era repórter de um jornal, tinha quase trinta anos, em seu contexto familiar era cercado por pessoas bem equilibradas e alguns até talentosos. Um fato intrigou seu chefe que ficou surpreso ao perceber que S. não tomava notas quando ele distribuía as tarefas do dia.  Para saber como funcionava a mente daquele homem e como conseguia lembrar-se de listas que eram muitas vezes bem extensas, o editor enviou S. ao laboratório de psicologia para que sua memória fosse analisada.
Assim S. passou por várias situações para testar a capacidade de sua memória, com estruturas mais simples de tabelas de números escritas em um quadro negro, ele fechava os olhos por instantes e ao sinal combinado reproduzia com perfeição as séries do quadro. E os graus de dificuldades iam aumentando, conforme os pesquisadores se impressionavam com a memorização de S. Nos testes S. relatou fatos importantes de quando ele tinha pequenas falhas, ou levava mais tempo para reproduzir as sequências. Um dos fatos era quando ele perdia a concentração, quando ouvia algum som perto dele, isso comprometia a sequência.
Ele escutava tons e ruídos e isso ocasionava borrões, sombras e linhas, a partir dessa informação percebemos que a concentração era extremamente importante para S. ele relacionava as vozes e as pessoas mesmo conhecidas com gostos diferentes. Diante de tantas situações pode-se notar que ele mantinha uma relação harmônica entre todos os seus sentidos. E se pudéssemos harmonizar nossos sentidos, quantos benefícios teríamos?  
Faço uma ressalva sobre o texto, achei bem redundante, diria que ate cansativo, parece não sair do lugar e quando penso que vai chegar a uma conclusão ou explicação mais lógica, nada acontece, surgem novas dúvidas. Enfim, para deixar mais claro; vamos a alguns pontos importantes. O que seria a mente? Mente é o que tenta resgatar a essência do homem. A essência de uma pessoa emerge da existência de funções mentais que permitem a ela pensarem e perceber, amar e odiar, aprender e lembrar, resolver problemas, comunicar-se através da fala e da escrita, criar e destruir civilizações. Estas expressões estão estreitamente relacionadas ao funcionamento cerebral. Assim, sem o cérebro, a mente não pode existir, sem a manifestação comportamental, a mente não pode ser expressa.
Já para memória separei dois verbetes interessantes que tem tudo haver com a mente:
1. Faculdade pela qual o espírito conserva ideias ou imagens, ou as readquire sem grande esforço;
2. Lembrança.
            Outro ponto que observei foi à questão da sinestesia, que tem relação direta com os textos lidos anteriormente, já que a sinestesia é a relação dos nossos planos sensoriais diferentes, ou seja, a relação que nossos sentidos têm entre si. Sentidos esses que vão de encontro com a experiência proposta para S. ele consegue memorizar números, sequências de letras, isso usando todos os seus sentidos para tornar essa tarefa fácil. Lembrando que para S. essas tarefas de memorização eram normais, pois ele achava que as outras pessoas funcionavam dessa forma.
 Tentando relacionar o texto com os problemas que enfrentamos na nossa sociedade hoje, com todos os problemas de memória, doença de Alzheimer, por exemplo, que acarreta geralmente pessoas mais velhas e é a perda de funções cognitivas, memória, atenção, orientação, linguagem. Poderíamos treinar nossa mente e nosso sentido para ter resultados satisfatórios, sendo que o Alzheimer quando descoberto cedo pode ser retardado, dando assim uma qualidade de vida melhor aos afetados. No caso do Alzheimer o contato com plantas, flores, bichos de estimação e principalmente atividade lúdicas tem ajudado bastante a retardar os sintomas, ou seja, o uso harmônico dos sentidos poderia proporcionar  não apenas uma memória extremamente desenvolvida, mas também proporcionaria uma qualidade de vida bem melhor, principalmente para quem precisa.





 Drielle Teixeira Jardim   Matrícula: 120029430

Referências Bibliográficas
http://www.dicionarioinformal.com.br/mem%C3%B3ria/

A.R.Luria. Mente e Memória. in: Um pequeno livro sobre uma vasta memoria.