Boa
tarde pessoal, no post dessa semana abordaremos um assunto muito discutido na
área da educação, a forma que os alunos são avaliados em determinados cursos. Todo
docente no final do programa deve avaliar seu aluno, colocando uma nota final.
Mas, antes de dar essa nota, vai ser decidido se a nota de cada aluno deve
refletir o alcance de objetivos previamente estabelecidos ou se deveria
refletir o desempenho do aluno quando comparado com o do restante da classe. Em
outras palavras, a avaliação deveria ser referenciada por critério ou por
norma.
A
avaliação referenciada por norma é usada normalmente na abordagem tradicional
no processo de avaliação das notas de um curso. É fundamentada na curva de
distribuição normal, chamada de curva gaussiana. De acordo com essa abordagem,
a parti do desempenho de um determinado grupo de estudantes, compara-se o
escore obtido por um aluno com a média do grupo, para tentar definir se seu
resultado está acima ou abaixo dessa média. Assim, o professor decide quem
fracassou e quem ira passar, o professor consegue fazer ajustes nos resultados,
ou elaborando provas muito fáceis ou muito difíceis.
Nessa
abordagem a preocupação não está voltada em avaliar o que o estudante aprende,
a preocupação está em seu desempenho em relação ao grupo. Esse tipo de
abordagem é muito utilizado em planos de seleção e de certificação, geralmente
é normal esperar que poucos alunos alcançassem bons resultados. Quando
avaliamos um aluno de sem prestar atenção em
suas habilidades individuais, deixamos a parte mais importante de lado, o que o
aluno realmente assimilou do conteúdo. Não conseguimos mensurar o aprendizado
individual, que ponto ele não teve bom aproveitamento e em quais ele se
sobressaiu.
Sabemos
que esse tipo de avaliação utiliza uma pequena parte do conteúdo e não um todo,
isso estimula a competição entre alunos. Mesmo que os professores não possam
concluir o que o aluno realmente domínio o que foi apresentado. Várias unidades
de ensino como a USP avaliam anualmente os resultados de seus cursos a partir
da analise da distribuição normal. Com o apoio do Departamento de Ensino e
Ciência da Unesco e utilizando-se um material auto instrutivo interativo de
física, foi proposto que cada aluno usasse do tempo necessário para realizarem
leituras e responder as questões propostas.
Os
resultados não alcançaram uma distribuição normal, onde temos um gráfico de
referencia e um escore, mas sim, um desempenho de nove a dez, onde a maioria
dos alunos dominavam os conteúdos. Assim aconteceu simplesmente pelo fato dos
alunos poderem utilizar o tempo necessário para concluir a atividade proposta.
Muitos estudos são realizados nessa área, para tentar mostrar que o que se pode
medir é quem aprende mais em um determinado tempo, e mesmo assim isso não é uma
regra básica, porque temos mentes que funcionam de maneiras várias e de acordo
com as situações.
A
abordagem referenciada por critério vem ganhando espaço como uma abordagem
alternativa que requer que os critérios de aprendizagem sejam estabelecidos
previamente. Abrangendo toda a matéria e indicando o que se espera aluno no final do processo ensino aprendizagem. O aluno só passa para o
tópico seguinte do programa se ele alcançar os objetivos do que foi estudado
antes. O aluno é avaliado de forma individual e não com relação ao resultado
dos demais alunos.
No texto
Aplicação e avaliação de um curso programado individualizado na Faculdade de
Odontologia de Piracicaba, tem o objetivo de avaliar seus alunos de forma
individualizada. Seus alunos foram submetidos a uma aplicação de um programa de
tratamento preventivo de placa dental e outros cuidados bucais. Esse curso de
Programa individualizado está relacionado com a Universidade de Brasília, nos
anos 60 os professores envolvidos nesse projeto queriam testar esse método de
ensino.
O aluno
seria avaliado pelo tempo gasto para concluir o curso, pela eficiência nas
atividades, na interação com o paciente, pela porcentagem de acerto nas
avaliações, ele seria observado de modo geral. Com isso o aluno faria tudo
dentro do seu ritmo, teria feedback e toda a organização seria dividida em
partes menores. O curso foi dividido em 17 passos, essa divisão consistia em:
avaliações escritas e apresentações. Sendo que os alunos eram atendidos de
forma individual em cada processo.
No começo
os estudantes foram expostos a avaliação do repertório de entrada, que
identificava as habilidades necessárias para a realização do curso. No final o
resultado mostrou que os alunos apresentaram um desempenho bem maior com esse
tipo de avaliação em relação à avaliação de maneira tradicional. O material
disponibilizado e as atividades realizadas formam suficientes para que os
alunos alcançassem os objetivos do curso. Com isso, os alunos não só
aprenderam, mas os índices mostraram que as maiorias dos pacientes mostraram um
grande aumento na limpeza bucal.
Mesmo
com tantos resultados positivos, porque continuamos a avaliar os alunos de
forma tão tradicional e de maneira conjunta, sem respeitar suas capacidades e
restrições individuais? Creio que até
mesmo pelo fato desses projetos serem mais trabalhos e tomar um pouco mais de
tempo dos docentes é que eles ficam sempre no âmbito experimental. Assim, cabe a boa vontade do corpo avaliador
de entender que mesmo se o método tradicional de avalição for utilizado, que
seja de maneira flexibilizada e ajustada as necessidades de cada um.
Drielle Teixeira Jardim
Matrícula: 12/0029430 Turma “C”.
Referências
Bibliográficas
DIB,C.Z. (2002) Afinal, o
que você efetivamente mede quando sua avaliação é referenciada pela
distribuição normal? Boletim informativo do Instituto de Física da USP. http://www.if.usp.br/bifusp/bifold/bif0218.htlm
(texto 8.1)
Moraes, A.B.A.; Vieira,
R.C.; Valvano, M..(1981) Aplicação de um curso programado e individualizado na
Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Revista da Associação Paulista de
Cirurgiões- Dentistas, 35, 498-508 (texto 8.2).