sábado, 18 de junho de 2016

O Mal-estar na cultura

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Olá pessoal, nosso semestre está quase acabando e essa é a nossa última postagem. Tenho a sensação de dever cumprindo, enriqueci muito a minha bagagem de conhecimentos, passamos por vários textos diferentes, agora tenho uma visão bem diferente sobre vários assuntos que antes eu percebia de forma bem tradicional.  Hoje O assunto é: O mal estar na cultura, do Freud. Confesso que na minha vida acadêmica tive pouco contato com esse autor. O texto de hoje vai levantar questões a cerca da nossa felicidade está relacionada a cultura que percebemos e como tentamos alcançar essa tal felicidade.   
Um dos maiores questionamentos é sobre a felicidade, várias vezes nos encontramos em crises existenciais e nos perguntamos se somos felizes, se alcançar a felicidade é sempre o foco da uma vida inteira. Para Freud a vida humana é muito árdua e cheia de desilusões, imagino que Freud tenha uma visão bem negativa da natureza humana. Ele chega a nem mesmo acreditar na finalidade dela, entretanto, mesmo tão desacreditado ele busca refletir sobre os propósitos do ser  humano em busca da felicidade.
Parece que somos eternos insatisfeitos, na vida estamos sempre em busca de algum prazer, um tipo de felicidade efêmera e não a plenitude de tal. Por isso estamos sempre em busca de coisas que disfarçam as sensações de desprazer e a busca de uma felicidade rápida, artificial e na maioria das vezes momentânea. Geralmente encontramos essas soluções rápidas por meio do sexo, drogas, e outras coisas que deixam a pessoa com a sensação de prazer e euforia.
Freud acredita que a felicidade deve ser encontrada da forma que é originada no instinto, no impulso selvagem, onde as pessoas devem olhar para o seu interior e procurar a independência do mundo exterior, não ficar tão condicionado a fatores externos. Assim, a felicidade estaria muito mais ligada aos impulsos mais naturais, sem restrições. Mas, acontece que a cultura e a sociedade em que vivemos, impõe certos padrões que devemos seguir, como a não agressão, destruição e querendo ou não isso limita o indivíduo.
Para Freud não existe felicidade plena, ele afirma que o mundo possui forças que nos abate e pode nos destruir sempre, em qualquer momento. Para ele a felicidade só é possível se existir a quietude, se o ser humano se afastar do mundo externo. Freud diz que o sofrimento vem de três maneiras, primeiro começa com o próprio corpo que é destinado à ruina, segundo pelos sentimentos de dor e medo e terceiro e pior tipo de sofrimentos que é a relação com outros seres humanos.
Dessa forma os métodos mais eficientes para evitar esse sofrimento são aqueles que procuram influenciar o próprio organismo, ou seja, modificando nossas sensações. Pensando dessa forma parece até fácil, mas para alcançarmos a felicidade é algum muito difícil. O que causa toda essa dificuldade? Acredito que nossa cultura tem uma imposição muito grande sobre a felicidade, sobre o que é felicidade e como alcançá-la. Percebo muito isso, observando as redes sociais, é bem clichê, mas as pessoas são tão felizes em suas contas de internet, podemos ate chamar de a terra da felicidade plena e dos likes infinitos, que são medidores de popularidade, ou seja, se você se sente aceito e popular, se você se encaixa em algum nicho, você está feliz com essa posição.


O problema é quando a pessoa não consegue se encaixar em nenhum desses padrões, a insatisfação nos incomoda e isso pode ser muito prejudicial. Isso pode prejudicar, por exemplo, quando a pessoa fica condicionada ao que o outro vai dizer, se vai gostar ou não, qual serpa o julgamento feito pelo outro .Temos o costume de sempre que conseguimos uma coisa, logo em seguida queremos outra e assim vai. Parece que nunca estamos contentes e satisfeitos com o que já possuímos, parece que a sensação de falta está enraizada em nós.

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Já vimos em postagens anteriores o quanto a cultura se relaciona com o ser humano, sabendo o quanto ela pode influenciar nas atividades e valores que são determinados por pessoas que interagem e compartilham dessa cultura. Muitas coisas podem mudar nossa cultura, tanto de maneira positiva, quanto negativa. Como eu já havia citado, a tecnologia é um modificador ela tem o poder de disseminar diversas culturas, englobando várias e tornando-as uma só. 
Existem três principais aspectos dentro das exigências culturais que são relevantes, a beleza, a limpeza e a ordem, lembrando também que sempre podemos contar com as realizações intelectuais, científicas e artísticas. Geralmente estamos acostumados a associar a beleza com a felicidade, a questão estética está ligada diretamente a uma necessidade cultural. Sempre notamos os padrões impostos por nossa cultura, com estereótipos bem definidos. A limpeza está ligada a obra humana, pois com ela existe a possibilidade de poupar as forças psíquicas do homem, assim ele aperfeiçoa melhor o tempo e o espaço.
Sempre que falamos de cultura, um aspecto muito importante são as relações sociais, seja como estrutura familiar, ou em várias relações no convívio social e assim atendem questões que já são coercitivas e são realizadas por uma questão de cultura ou tradição. Querer a felicidade é querer também o amor, Freud diz que amava alguém que de fato merecia seu amor, assim amar uma pessoa que ele não conhecesse poderia ser considerado uma injustiça, pois o colocaria na mesma posição de quem ele de fato conhece. Pois da mesma forma recebe em troca o amor dessas pessoas.
Portanto, o amor não é uma relação de troca, não existe um mundo em que amamos somente a quem nos ama, na verdade não se pode trocar nem mesmo cobrar esse tipo de relação. O amor dever ser incondicional, sem interesse, nem dever ser visto como algo idealizado, mas sim de forma real.

Dessa forma, devemos pensar que a felicidade não está em alcançar o impossível, muito menos está nas coisas extraordinárias, e sim nos momentos que não precisam ser compartilhados, nas coisas pequenas que a vida oferece. Não existe uma fórmula pronta para encontrar a felicidade, muito menos ela desse ver vista como algo requintado, de difícil acesso, é necessário enxergar a felicidade de forma leve, com vários caminhos e possibilidades que podem ser encontradas no interior de cada um.

Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430

Referência Bibliográfica
Postagem referente aos textos 15 e 16.
Baseado em Freud, S(2010) O Mal estar na Cultura. Porto Alegre: L&P.


domingo, 5 de junho de 2016

Prevenção do suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Capítulo 1 e 2.



Boa noite pessoal, a postagem essa semana é sobre o suicídio e antes de entramos no tema, deixo bem claro o quanto um texto pode ser esclarecedor e expandir nosso horizonte, ressalto ainda as formas preconceituosas que jugamos o próximo e suas atitudes. Então, nosso tema é sobre a prevenção do suicídio, as abordagens dos autores e os programas que ajudam pessoas predispostas ao suicídio.
Segundo a abordagem ecológico sistêmica o suicídio é um ato que não pode ser explicado apenas por motivações individuais, mas também por processo que antecedem esse ato. O individuo está suscetível às influencias sociais que perpassam a esfera da vida pessoal presente nos valores e padrões da cultura em que ele está inserido. O pensamento de suicídio não ocorre espontaneamente, ele é um ato planejado e construído.
Por ser um ato voluntário e intencional, temos uma visão extremamente preconceituosa a respeito de pessoas que tentam o suicídio. Dessa forma é comum uma pessoa que tenta retirar sua própria vida que quando é socorrida a tempo, recebe todo o atendimento necessário para a manutenção da vida. Entretanto, essa pessoa é deixada de lado assim que não corre mais risco de morte, sendo rejeitada de todas as formas, posso cita também o caso de mulheres que tentam abortar, elas são socorridas num primeiro momento, mas já ouvi relatos de que sofrem muito e não tem nenhuma prioridade no atendimento.
Fazemos um julgamento sobre o suicídio e adotamos um comportamento extremamente moralista, entendendo a prática como errada.  Podemos pensar na questão cultural, por exemplo, em várias culturas orientais, a morte é festejada, com ritos de passagem e vários outros elementos que embelezam esse momento. Na nossa cultura ocidental estamos acostumados a tratar a morte como um tabu, algo alheio e que não devemos abordar.
Por questões culturais, por medo, já que temos sérios problemas em lidar e entender que nada dura pra sempre, a certeza de finitude nos deixa com a sensação de impotentes diante de atos incontroláveis. Enfim, várias abordagens teóricas tentam explicar o suicídio, de maneira a abrir o pensamento e tentar enxergar que alguém que toma uma medida tão desesperadora não deve ser rotulado e hostilizado da maneira que fazemos.

Na teoria sociológica, o teórico Durkheim entende que esse tipo de morte é derivado pelo meio social, tem por intuito a comunicação de algo a alguém, onde geralmente o indivíduo não encontrou espaço para ser ouvido. Existem três formas de suicídio, a egoísta, o altruísta e o anônimo, cada um com suas especificidades. O suicida egoísta está pensando apenas nele, não estando inserido em grupos sociais, o suicida altruísta o indivíduo está inserido em um grupo social, porém perdeu sua identidade e se confunde com o todo, entrando numa crise existencial e o último o  suicida anônimo a pessoa não se sente pertencente a um grupo social e relaciona seu ato apenas a questão externas a ela.

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Na abordagem psicanalítica Freud associa o suicídio à melancolia, estaria ligada ao sentimento de solidão que se intensifica e pode levar o indivíduo a cometer esse ato. Assim, o sentimento de autodestruição domina as pessoas sem diminuir a dor, e para diminuir a dor elas cometem esse ato.  Na abordagem humanista, Rogers vai expor o tema através da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), onde se analisa as camadas mais profundas do ser humano e são naturalmente construtivas para o crescimento e realização de seus potenciais.
Segundo Roger, o conceito mais importante da Abordagem Centrada na Pessoa é a Tendência Atualizante, que aponta que o indivíduo estaria indo na direção contraria ao seu instinto para a vida. Essa tendência conta com alguns aspectos como a autodeterminação, onde a pessoa busca sua autonomia, a autorrealização, que tem por objetivo promover a autoestima, a percepção de realidade objetiva, que é a interpretação subjetiva da realidade que cada um faz e o autoconceito; que o indivíduo acredita ter um perfil formado na infância.

Na visão da abordagem humanista, o risco está na revelação da realidade, ou seja, na tomada de consciência, onde o indivíduo acaba por descobrir que ele não é o que acreditava ser, e para se defender disso coloca fim na própria vida. Na relação de ajuda, Roger acredita ter três tipos de condições facilitadoras do crescimento, a compreensão empática, na qual o facilitar abandona o seu eu e entra no mundo da outra pessoa que necessita de ajuda. A consideração positiva incondicional, que tem como base a aceitação de que o indivíduo precisa interagir consigo mesmo e por fim a congruência, onde o dialogo com o facilitador deve ser verdadeiro e sincero.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um projeto em fins lucrativos e religioso e que teve início na década de 60. A iniciativa tem por intuito de voluntários ajudarem na prevenção de suicídio e segue a abordagem Humanista de Roger. A iniciativa consiste em atender pessoas que tenham dificuldades em encontrar pessoas disponíveis em escutá-la, funciona em todo Brasil e atende ligações 24 horas por dia.
Para atendimento pessoal o CVV funciona de 08h às 18h e a ajuda acontece também pela internet através do chat. O trabalho voluntário está ligado a questões individuais, está direcionada a visão de mundo que temos e aos valores pessoas enquanto pessoas atuantes na sociedade.  O voluntário tem como objetivo dar apoio emocional a pessoas em crise, isto requer que ele esteja implicado nas questões do outro, preservando sempre o sigilo, a compreensão, aceitação e respeito, sem nunca influenciar e criticar a situação da pessoa.
 O projeto aceita pessoas de diversas áreas, não só da psicologia e treina o voluntário para desempenhar só serviços com a abordagem centrada na pessoa, precisa ter acima de 18 anos e ter boa vontade de se envolver com o próximo. Percebemos aqui e já temos estudado sobre como a sociedade em si é capaz de influenciar na tomada de decisão das pessoas, vemos o quanto temos necessidade de nos encaixar em algum grupo, de ser aceito. O ambiente pode influenciar o ato do suicídio assim como no uso das drogas, o contexto que o individuo está inserido, o fato de ele procurar seu eu e muitas vezes não se encaixar em uma sociedade extremamente padronizada.  Bom, para encerrar esse assunto vamos ver um vídeo sobre o projeto do Centro de Valorização da Vida. Até a próxima postagem!!!


Drielle Teixeira Jardim   Matrícula: 120029430

Referência Bibliográfica

Prevenção do Suicídio: Um relato da capacitação dos voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Capítulo 1  e 2.
Texto 13 e 14.  

domingo, 22 de maio de 2016

O uso de drogas e seus condicionantes - Parte 2

Bom dia Pessoal, vamos a mais uma postagem! E como eu já tinha adiantado, continuaremos com o assunto do último post, o uso das drogas e seus condicionantes. Na postagem anterior notamos o quanto o contexto pode interferir e digamos que até influenciar os usuários de droga, no caso, continuaremos com a sustância cocaína, ou melhor, os abstinentes da cocaína que também são instrumento da pesquisa realizada na continuação desse tema.


O estudo contou com quinze participantes do sexo masculino com idade de 24 a 40 anos, a escolha não se deu de forma aleatória, foi utilizada a metodologia qualitativa, levando em consideração as informações relevantes, escolhendo assim esse número de participantes para que não acontecesse uma saturação teórica. A entrevista semiestruturada foi escolhida como instrumento de investigação, com o objetivo de colher dados importantes para a pesquisa, à entrevista foi guiada por um roteiro de questões compostas e relacionadas sobre a história do uso de droga, fatores atribuídos à manutenção da abstinência, significados dados aos efeitos da droga como a relação com o meio condicionante.
A seleção dos indivíduos aconteceu pela técnica conhecida como “bola de neve” que permite buscar uma amostra através de referências feita por pessoas que conhecem indivíduos que são de interesse para a pesquisa.  Alguns critérios foram estabelecidos para a inclusão: estar abstinente de droga por no mínimo cinco meses, preencher os critérios de DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) de viciados em cocaína; não apresentar prejuízo severo na linguagem para que não tenha perda na comunicação e não fazer uso de remédios para doença mental.
A maioria dos participantes possui o segundo grau escolar completo e a minoria é casada, sendo que o fato do vício pode ter influenciado na continuação dos relacionamentos amorosos. Nas entrevistas foi possível traçar um panorama no uso das drogas ilícitas, os estudos mostram que os viciados começam a usar maconha quando tinha de 13 a 15 anos de idade, assim, acima dos 18 anos começavam a usar  cocaína. O fator determinante para o inicio de uso de drogas foi a curiosidade, um fator secundário, mas não menos importante foram as amizades e por fim as festas que muitos frequentavam.
O sentimento de fracasso e impotência diante da situação de uso de drogas é um dos efeitos mais negativos que a vício trás. A questão da autoimagem é muito importante, o vício gera sentimentos de fracasso e o inibi de responder de maneira adequada aos desafios do cotidiano. O viciado cria uma imagem muito negativa de si, por isso o tratamento é tão importante, que atua como um reforçador de comportamento, sendo que se ele se sente amado pelo próximo, vai aprender a se amar.
Um ponto muito importante é a questão familiar, muitos autores apontam a estrutura familiar como um fator que influencia no risco ao uso problemático da droga, por exemplo, pais que protegem muito os filhos, criam filhos em uma redoma, em um mundo de visão irreal. Nessa questão a droga entra como algo que leva o indivíduo que sempre teve tudo muito fácil, sem precisar se esforçar para conquistar seus objetivos, algo novo, um prazer diferente do que ele está acostumado, uma mudança em sua rotina. Por isso, muitos terapeutas chama a atenção para esse fato de superproteção, como sendo um fator negativo. Atualmente, a vinda de um filho mudou muito a estrutura familiar, a postura de superproteção que os pais estão tendo está fazendo com que crianças e jovens se tornem adultos inseguros e muitas vezes incapazes de tomarem decisões. Recentemente esse assunto foi pauta de um programa de entretenimento de televisão, pais que tomam as decisões pelos filhos, que se intrometem e não deixam que criem sua individualidade e independência.
Enfim, voltando ao ponto principal de nosso tema, os dependentes, nutrem um sentimento de poder, se sentem poderosos e mais desinibidos sobre o estímulo da droga, assim, associam que sem seu consumo seria impossível viver e mesmo o sentimento de não poder usar leva a um estado de desequilíbrio. A cocaína oferece um status de euforia e dão tudo que desejam isso acontece por causa das combinações fisiológicas e psíquicas, creio que seja esse um dos fatores que levam as recaídas com tanta frequência.
Uma questão muito difícil de tratar são as recaídas, uma vez que, mesmo após anos de abstinência, ela pode acontecer. Muitos dependentes tentam de várias formas a abster do uso da droga, por diversos fatores, sendo familiares e até mesmo religiosos, é como se necessitassem de algo em que se apegar. Um dos pontos mais importantes é a mudança de ambiente, não expor o dependente a condições familiares ao uso da droga é o ponto chave na sua recuperação. A mudança de contexto, a mudança na convivência, ou seja, tanto os ambientes frequentados antes quanto as pessoas que lembrem a drogam devem ser deixadas de lado.
Vejamos o estudo do caso, pois uma entrevista que tem por limitação o tempo, o estudo do caso é uma tentativa de ilustrar um das propostas da pesquisa. Serão realizados encontros terapêuticos e seus resultados serão selecionados de acordo com a relevância para a natureza do estudo, vários casos foram abordados, aqui me apegarei ao do “K”, sem nenhum motivo especial e sim porque chamou minha atenção. Lembrando que a abordagem adotada foi a Cognitiva Comportamental, que prioriza o paradigma condicionante pavloviano como foco na aprendizagem complexa. Dessa forma lembramos das propriedades condicionais que são estímulos que ajudam a sinalizar a vinda das drogas, em que o dependente faz associação do ambiente com a utilização das substâncias químicas.
Vamos ver como realmente é a prática dessas questões, com 22 anos e em abstinência há seis meses K começou o processo terapêutico. Estava desempregado por causa das faltas constantes no último emprego, órfão aos 13 anos, usava maconha desde os 11 anos e pouco depois começou a consumir e vender cocaína e foi prezo. K teve uma infância sofrida, a mãe estava sempre doente e o pai não mantinha um relacionamento afetivo com ele e bebia bastante. Os encontros terapêuticos duraram nove meses, e durante esse processo ele faltou três vezes com justificativa.
Os encontros terapêuticos têm como ideia geral de que o vício é realmente uma doença, e que mesmo tendo uma ação no cérebro e que isso não seria uma situação irreversível, assim eram descobertas as dificuldades e aplicados um arsenal de maiores possibilidades. No decorrer dos encontros e nos relatos de K, foi apontado o papel do condicionante, assim, o intuito era que ele aprendesse a discriminar o seu estado corporal e os estímulos que se associavam a ele, que funcionavam como antecedentes para o uso das drogas dos quais são estímulos específicos do comportamento de K.  Mesmo com todo processo, k no decorrer dos encontros teve uma recaída e sentiu-se muito envergonhado com um sentimento muito triste, k foi a um bar dai relacionamos o ambiente, a importância do contexto com o uso, ele relembro e não se conteve.
Entretanto, a eficácia do tratamento do vício, poderia estar focado nas associações de representações atribuídas aos efeitos da droga interagindo com o contexto. As características dos encontros são: reforçar o vínculo terapêutico, dar ênfase na análise dos sentimentos para autoconhecimento; ampliar o repertório de auto regras e expandir para o cotidiano; mudança de crenças ente outros.



Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430 Turma: “C”
Referência Bibliográfica
Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: uma interface ente o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: Tese de Doutorado.



   

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O uso de drogas e seus condicionantes - Parte 1



Bom dia pessoal, o post dessa semana trás um assunto bem delicado e preocupante, um problema de saúde pública: as drogas, em especial a cocaína, um estudo feito por Agostinha Mariana Costa de Almeida vai mostrar como o contexto influencia no uso dessas substâncias entorpecentes. Uma vez que a interação organismo-contexto pode explicar melhor a adicção.  A adicção é o vício, geralmente está relacionado a drogas ilícitas, mas pode significar qualquer dependência psicológica ou compulsão como por jogo, comida, sexo, internet e vários outros. 
O texto tem uma linguagem bem técnica, com vários termos científicos, mas isso não o deixa menos interessante. Aqui tratarei adicção pelo seu sinônimo mais comum vício ou às vezes falarei em dependência, para facilitar o entendimento de quem não tem tanta familiaridade com o assunto. Enfim, creio que o ponto chave do texto são os fatores condicionantes ao vicio na droga, é muito interessante pensar no porque existem pessoas que fazem uso da droga, mas não perdem o controle de si. E outras que ficam tão dependentes que não conseguem ter o controle em nenhuma esfera da vida.
O uso de forma excessiva das drogas atua diretamente no Sistema Nervoso Central e produz sensações de prazer e euforia. Temos vários fatores que podem explicar a dependência como: culturais, sociais, familiar; ansiedade, interpessoal.  Durante as décadas de 1980 o uso da cocaína aumentou consideravelmente, tornando-se um fenômeno diversificado, tanto em questões de uso quanto em relação ao modelo de uso, pois antes os adictos de cocaína eram considerados a minoria e estava concentrada em quem tinha um poder aquisitivo maior. Porém, depois dos anos 1990 aumentou o numero de usuários jovens entre 18 e 25 anos, principalmente por causa do crack, que é derivado da cocaína e possui um preço bem baixo.
Podemos relacionar esse texto com alguns do que já vimos anteriormente, por exemplo, a questão dos rótulos que não conseguem explicar os comportamentos esperados para certas pessoas, como a droga é acessível a todos os grupos e em especial o contexto pode definir o vício em drogas.  Vários rótulos são atribuídos aos usuários, vamos tentar entender alguns. A drogadicção, por exemplo, é quando acontece um aumento progressivo na frequência e na intensidade do uso, assim está relacionado diretamente ao craving é que o desejo pela droga.
 A Adicção é o termo usado para designar pessoas que não conseguem administrar o consumo da droga e precisam da sustância para manter o equilíbrio, dessa forma a dependência já está no nível de compulsão na autoadministração da droga. Essa dependência pode ser tanto física quanto psicológica, a dependência psicológica é mais forte nos fatores que cercam a intoxicação das drogas. Como eu disse antes, é muito importante à análise do condicionante, ou seja, o que é condição de um fato.
Os usuários muitas vezes aprendem a antecipar os efeitos da droga apenas pelo fato de estarem em lugares que envolvam um contexto, esses condicionamentos podem ser pessoas, lugares e sensações passadas e associadas com ao uso da droga. Dessa forma, esses condicionantes contribuem para a tolerância à droga, a presença do occasion setter mostra que antes mesmo do uso da cocaína, o dependente apresenta uma série de sinais.
No nosso país existem vários estereótipos acerca dos grupos nacionais e raciais, sempre ouvimos julgamentos sobre vários tipos diferentes. E com os usuários de drogas não é diferente, é interessante percebermos como a concepção da sociedade mudou sobre esse assunto. Antes os usuários de drogas eram vistos como pessoas de moral e caráter fracos ou ate mesmo eram tachadas como sem autocontrole.
Atualmente, existe muito uma necessidade de aceitação e de se encaixar em algum grupo, os padrões sociais implicam que pessoas que fazem uso de droga agora são maneiras ou descoladas. Seja por carência, tanto afetiva quanto de um status, muitas pessoas se usam da draga para se inserirem em grupos sociais. Dessa forma percebemos o quanto fatores sociais, culturais e de interação agem no consumo da droga. As substancias atuam em uma área especifica do cérebro que são consideradas áreas de recompensa, por isso atuam como um reforço positivo, já o mal estar é ocasionado na abstinência da droga é o esforço negativo.
A busca pela sensação de bem-estar passa a ser considerado como a causa pelo consumo excessivo de substâncias entorpecentes, assim a pessoa fica dependente da sensação de euforia. A falta do uso da droga gera a síndrome da recompensa que tem como primeiros sintomas a ansiedade e depressão. Quando falamos sobre o tratamento de viciados, temos que levar em consideração que o tratamento só vai fazer efeito se o usuário estiver aberto para que isso aconteça.
Na terapia existe a tentativa de fazer com que o dependente identifique elementos bons, assim a teoria motivacional acredita que o paciente em tratamento que esteja motivado e com a ajuda dos psicólogos vão ter resultados positivos. Vários pacientes se apoiam em prática religiosa, para que um tratamento tenha sucesso, a abstinência é indicador, o paciente é colocado em teste (como o de urina e sangue) e a cada passo de verificação ele ganha passes, e esses vales ele troca por produtos.

A Terapia Comportamental- Cognitivo é outro tratamento para dependentes, e foca nos eventos cognitivos na geração dos problemas pessoas e prioriza o ambiente em interação com o comportamento. É sempre interessante pensar no quanto o ambiente pode influenciar o dependente em alguma sustância, em questão a cocaína, como o psicológico consegue sentir coisas que remetem a um estado já vivido e ainda pensar em como algumas pessoas são mais tolerantes que outras. Então, vamos parar por aqui porque o estudo vai continuar na próxima postagem. Vamos tentar entender melhor a relação dos condicionantes e do uso de drogas.   







Drielle Teixeira Jardim Matrícula: 120029430 Turma: “C”

Referência Bibliográfica

Almeida, A.M.C. (2008) Complexidade de associações de estímulos condicionais de “occasion setting” do contexto do uso de droga, com abstinentes de cocaína: uma interface ente o laboratório e a clínica. Universidade de São Paulo: Tese de Doutorado.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos?


Bom dia pessoal! O post dessa semana é muito familiar, pois trata de um assunto muito interessante: Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos? Eu mudaria o título desse texto facilmente para algo do tipo; como julgamos as pessoas com as quais interagimos? Fazemos sem perceber e quando nos damos conta, lá estamos nós, sempre procurando intenções subjacentes nas pessoas. Temos uma teoria implícita de personalidade, ou seja, pessoas que apresentam determinados traços apresentarão consequentemente determinado comportamento.
Muitas vezes atribuímos vários conceitos a certos grupos, os psicólogos sociais chamam isso de estereótipos. Mas, afinal, o que é um estereótipo? Estereótipos são generalizações que as pessoas fazem sobre o comportamento ou características dos outros, significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, o estilo, cultura e modo de vida de alguém. 
 No nosso país existem vários estereótipos acerca dos grupos nacionais e raciais, sempre ouvimos julgamentos sobre nordestino, mineiros, paulistas, cariocas, negros e índios. Assim, nos deparamos com algo que não deveria acontecer, mas que é quase que rotineiro na nossa sociedade, o preconceito.  De forma camuflada, nos deparamos com inúmeros fatos de agressão, por simplesmente rotularmos pessoas, funções, comportamento entre outros.
É interessante pensar de todas as vezes que conhecemos uma pessoa de certa forma, começamos a formar uma opinião sobre ela. Parece normal né, então, não deveria ser.  Com isso, as percepções começam a observar o comportamento da pessoa, em seguida, colocamos em prática os nossos interesses, valores, estereótipos e rótulos e esse processo acontece de forma tão natural que nem nos damos conta de que estamos julgando e definindo um “pré” conceito sobre o outro.
Nos últimos tempos os psicólogos sociais estão se dedicando de forma especial a maneira como fazemos atribuições ao próximo.  Fritz Heider, um dos psicólogos sociais mais importantes, mostrou que tendemos a atribuir nossas ações e a dos outros a fatores internos, ou seja, nossas próprias intenções e disposições. E também a fatores externos como, por exemplo, a pressão social e as características da situação e isso leva ao erro fundamental da atribuição.

Por exemplo, quando ouvimos um goiano, mineiro ou paulista conversando, percebemos que o sotaque é diferente.  E a característica principal é o “R” retroflexo, melhor dizendo, o comum o "r caipira".  Que não é nada a mais que a consoante em que a língua se dobra para trás. Dessa forma, quando vemos pessoas do interior, de cidade pequena dialogando entre sim, sempre rotulamos como caipiras, como se não soubessem falar direito, dizemos que é feio e o pior, não respeitamos o contexto em que aquela pessoa vive.
Segundo Kelly, quando tentamos dar razões para o comportamento alheio nos atentamos a três fatores importantes; prestamos atenção no consenso, à consistência e a clareza.  Vamos entender como as pessoas são influenciadas e como elas influenciam as outras. A tendenciosidade auto- servidor é o que fazemos quando damos atribuições que nos protejam, que sirvam ao nosso ego, que nos façam parecer bem aos nossos olhos e aos olhos dos outros.
Há várias formas de exercer influência sobre uma pessoa e seguimos seis leis básicas para isso que são: poder da correção, poder de recompensa, poder de referência, poder do conhecimento, poder legítimo e poder de informação. Sempre tentamos mudar o comportamento, feito de outras pessoas, isso acontece pelo fato da teoria da dissonância cognitiva, que Leon Festinger mostra a necessidade que temos de tornar compatível e harmonizar pensamentos que não estejam em acordo.
Para isso, utilizamos várias formas de persuasão, entre elas podemos citar: o princípio do contrataste, é quando cometemos um erro, e para amenizar a reação do outro, mostramos que existem erros muito mais graves assim ela vai se sentir mais conformada; a regra da reciprocidade, essa é bem comum, a tendência de querermos que o outro retribua o que fizemos para ele; e por fim a comprovação social, onde tentamos ajustar os nossos modos com os da sociedade, já que não gostamos de nos sentir diferentes dos demais.
Segundo Rodrigues em 1988, a atitude é um sentimento pró ou contra um objeto social, pode se tratar de uma pessoa, um acontecimento ou qualquer outro produto da atividade humana. Essa questão sobre atitude é muito vista em nossa sociedade, as atitudes são instigadoras de comportamento, na maioria das vezes quando dizemos que alguém tem atitude essa pessoa é vista com bons olhos, como se destoasse da maioria.
Para formarmos nossas atitudes não existe uma receita chave, vai depender da identificação do indivíduo com determinado grupo.  Muitas vezes, pessoas com atitudes diferentes, que fogem do padrão da sociedade, geram um sentimento diferente de pessoas que não são abertas e perceber que cada pessoa tem sua individualidade, é a partir daí que entra a capacidade que temos de agredir o outro. Quando falamos da origem do comportamento agressivo, temos que levar em consideração diversos fatores, sejam eles psicológicos, neurológicos entre outros.
Porém, muitas explicações estão voltadas para a criação na primeira infância, sendo que temos valores que nos são passados ainda pequenos que nos influenciam bastante na formação como indivíduo. A psicologia social tenta mostrar como cada pessoa pode reagir diante de situações diversas, como somos suscetíveis a rotular as pessoas por simplesmente acharmos que elas não fazem parte do mesmo grupo, e não compartilham das mesmas ideias. Assim precisamos aprender que cada pessoa vai ter sua essência, vai pensar de um jeito diferente e por isso devemos respeitar cada um em sua individualidade sem criar estereótipos.



Drielle Teixeira Jardim Matrícula Turma "C" 120029430