domingo, 5 de junho de 2016

Prevenção do suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Capítulo 1 e 2.



Boa noite pessoal, a postagem essa semana é sobre o suicídio e antes de entramos no tema, deixo bem claro o quanto um texto pode ser esclarecedor e expandir nosso horizonte, ressalto ainda as formas preconceituosas que jugamos o próximo e suas atitudes. Então, nosso tema é sobre a prevenção do suicídio, as abordagens dos autores e os programas que ajudam pessoas predispostas ao suicídio.
Segundo a abordagem ecológico sistêmica o suicídio é um ato que não pode ser explicado apenas por motivações individuais, mas também por processo que antecedem esse ato. O individuo está suscetível às influencias sociais que perpassam a esfera da vida pessoal presente nos valores e padrões da cultura em que ele está inserido. O pensamento de suicídio não ocorre espontaneamente, ele é um ato planejado e construído.
Por ser um ato voluntário e intencional, temos uma visão extremamente preconceituosa a respeito de pessoas que tentam o suicídio. Dessa forma é comum uma pessoa que tenta retirar sua própria vida que quando é socorrida a tempo, recebe todo o atendimento necessário para a manutenção da vida. Entretanto, essa pessoa é deixada de lado assim que não corre mais risco de morte, sendo rejeitada de todas as formas, posso cita também o caso de mulheres que tentam abortar, elas são socorridas num primeiro momento, mas já ouvi relatos de que sofrem muito e não tem nenhuma prioridade no atendimento.
Fazemos um julgamento sobre o suicídio e adotamos um comportamento extremamente moralista, entendendo a prática como errada.  Podemos pensar na questão cultural, por exemplo, em várias culturas orientais, a morte é festejada, com ritos de passagem e vários outros elementos que embelezam esse momento. Na nossa cultura ocidental estamos acostumados a tratar a morte como um tabu, algo alheio e que não devemos abordar.
Por questões culturais, por medo, já que temos sérios problemas em lidar e entender que nada dura pra sempre, a certeza de finitude nos deixa com a sensação de impotentes diante de atos incontroláveis. Enfim, várias abordagens teóricas tentam explicar o suicídio, de maneira a abrir o pensamento e tentar enxergar que alguém que toma uma medida tão desesperadora não deve ser rotulado e hostilizado da maneira que fazemos.

Na teoria sociológica, o teórico Durkheim entende que esse tipo de morte é derivado pelo meio social, tem por intuito a comunicação de algo a alguém, onde geralmente o indivíduo não encontrou espaço para ser ouvido. Existem três formas de suicídio, a egoísta, o altruísta e o anônimo, cada um com suas especificidades. O suicida egoísta está pensando apenas nele, não estando inserido em grupos sociais, o suicida altruísta o indivíduo está inserido em um grupo social, porém perdeu sua identidade e se confunde com o todo, entrando numa crise existencial e o último o  suicida anônimo a pessoa não se sente pertencente a um grupo social e relaciona seu ato apenas a questão externas a ela.

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Na abordagem psicanalítica Freud associa o suicídio à melancolia, estaria ligada ao sentimento de solidão que se intensifica e pode levar o indivíduo a cometer esse ato. Assim, o sentimento de autodestruição domina as pessoas sem diminuir a dor, e para diminuir a dor elas cometem esse ato.  Na abordagem humanista, Rogers vai expor o tema através da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), onde se analisa as camadas mais profundas do ser humano e são naturalmente construtivas para o crescimento e realização de seus potenciais.
Segundo Roger, o conceito mais importante da Abordagem Centrada na Pessoa é a Tendência Atualizante, que aponta que o indivíduo estaria indo na direção contraria ao seu instinto para a vida. Essa tendência conta com alguns aspectos como a autodeterminação, onde a pessoa busca sua autonomia, a autorrealização, que tem por objetivo promover a autoestima, a percepção de realidade objetiva, que é a interpretação subjetiva da realidade que cada um faz e o autoconceito; que o indivíduo acredita ter um perfil formado na infância.

Na visão da abordagem humanista, o risco está na revelação da realidade, ou seja, na tomada de consciência, onde o indivíduo acaba por descobrir que ele não é o que acreditava ser, e para se defender disso coloca fim na própria vida. Na relação de ajuda, Roger acredita ter três tipos de condições facilitadoras do crescimento, a compreensão empática, na qual o facilitar abandona o seu eu e entra no mundo da outra pessoa que necessita de ajuda. A consideração positiva incondicional, que tem como base a aceitação de que o indivíduo precisa interagir consigo mesmo e por fim a congruência, onde o dialogo com o facilitador deve ser verdadeiro e sincero.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um projeto em fins lucrativos e religioso e que teve início na década de 60. A iniciativa tem por intuito de voluntários ajudarem na prevenção de suicídio e segue a abordagem Humanista de Roger. A iniciativa consiste em atender pessoas que tenham dificuldades em encontrar pessoas disponíveis em escutá-la, funciona em todo Brasil e atende ligações 24 horas por dia.
Para atendimento pessoal o CVV funciona de 08h às 18h e a ajuda acontece também pela internet através do chat. O trabalho voluntário está ligado a questões individuais, está direcionada a visão de mundo que temos e aos valores pessoas enquanto pessoas atuantes na sociedade.  O voluntário tem como objetivo dar apoio emocional a pessoas em crise, isto requer que ele esteja implicado nas questões do outro, preservando sempre o sigilo, a compreensão, aceitação e respeito, sem nunca influenciar e criticar a situação da pessoa.
 O projeto aceita pessoas de diversas áreas, não só da psicologia e treina o voluntário para desempenhar só serviços com a abordagem centrada na pessoa, precisa ter acima de 18 anos e ter boa vontade de se envolver com o próximo. Percebemos aqui e já temos estudado sobre como a sociedade em si é capaz de influenciar na tomada de decisão das pessoas, vemos o quanto temos necessidade de nos encaixar em algum grupo, de ser aceito. O ambiente pode influenciar o ato do suicídio assim como no uso das drogas, o contexto que o individuo está inserido, o fato de ele procurar seu eu e muitas vezes não se encaixar em uma sociedade extremamente padronizada.  Bom, para encerrar esse assunto vamos ver um vídeo sobre o projeto do Centro de Valorização da Vida. Até a próxima postagem!!!


Drielle Teixeira Jardim   Matrícula: 120029430

Referência Bibliográfica

Prevenção do Suicídio: Um relato da capacitação dos voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Capítulo 1  e 2.
Texto 13 e 14.  

Um comentário:

  1. Muito bom o texto! Esclarece vários pontos importantes. Gostaria ser uma voluntária meu e-mail é lau_op94@hotmail.com

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