Boa noite pessoal, a postagem essa semana é sobre o suicídio e antes de
entramos no tema, deixo bem claro o quanto um texto pode ser esclarecedor e
expandir nosso horizonte, ressalto ainda as formas preconceituosas que jugamos
o próximo e suas atitudes. Então, nosso tema é sobre a prevenção do suicídio,
as abordagens dos autores e os programas que ajudam pessoas predispostas ao
suicídio.
Segundo a abordagem ecológico sistêmica o suicídio é um ato que não pode
ser explicado apenas por motivações individuais, mas também por processo que
antecedem esse ato. O individuo está suscetível às influencias sociais que
perpassam a esfera da vida pessoal presente nos valores e padrões da cultura em
que ele está inserido. O pensamento de suicídio não ocorre espontaneamente, ele
é um ato planejado e construído.
Por ser um ato voluntário e intencional, temos uma visão extremamente
preconceituosa a respeito de pessoas que tentam o suicídio. Dessa forma é comum
uma pessoa que tenta retirar sua própria vida que quando é socorrida a tempo,
recebe todo o atendimento necessário para a manutenção da vida. Entretanto,
essa pessoa é deixada de lado assim que não corre mais risco de morte, sendo
rejeitada de todas as formas, posso cita também o caso de mulheres que tentam
abortar, elas são socorridas num primeiro momento, mas já ouvi relatos de que
sofrem muito e não tem nenhuma prioridade no atendimento.
Fazemos um julgamento sobre o suicídio e adotamos um comportamento
extremamente moralista, entendendo a prática como errada. Podemos pensar na questão cultural, por
exemplo, em várias culturas orientais, a morte é festejada, com ritos de
passagem e vários outros elementos que embelezam esse momento. Na nossa cultura
ocidental estamos acostumados a tratar a morte como um tabu, algo alheio e que
não devemos abordar.
Por questões culturais, por medo, já que temos sérios problemas em lidar
e entender que nada dura pra sempre, a certeza de finitude nos deixa com a
sensação de impotentes diante de atos incontroláveis. Enfim, várias abordagens
teóricas tentam explicar o suicídio, de maneira a abrir o pensamento e tentar
enxergar que alguém que toma uma medida tão desesperadora não deve ser rotulado
e hostilizado da maneira que fazemos.
Na teoria sociológica, o teórico Durkheim entende que esse tipo de morte
é derivado pelo meio social, tem por intuito a comunicação de algo a alguém,
onde geralmente o indivíduo não encontrou espaço para ser ouvido. Existem três
formas de suicídio, a egoísta, o altruísta e o anônimo, cada um com suas
especificidades. O suicida egoísta está pensando apenas nele, não estando
inserido em grupos sociais, o suicida altruísta o indivíduo está inserido em um
grupo social, porém perdeu sua identidade e se confunde com o todo, entrando
numa crise existencial e o último o suicida
anônimo a pessoa não se sente pertencente a um grupo social e relaciona seu ato
apenas a questão externas a ela.
Na abordagem psicanalítica Freud associa o suicídio à melancolia, estaria
ligada ao sentimento de solidão que se intensifica e pode levar o indivíduo a
cometer esse ato. Assim, o sentimento de autodestruição domina as pessoas sem
diminuir a dor, e para diminuir a dor elas cometem esse ato. Na abordagem humanista, Rogers vai expor o
tema através da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), onde se analisa as camadas
mais profundas do ser humano e são naturalmente construtivas para o crescimento
e realização de seus potenciais.
Segundo Roger, o conceito mais importante da Abordagem Centrada na Pessoa
é a Tendência Atualizante, que aponta que o indivíduo estaria indo na direção
contraria ao seu instinto para a vida. Essa tendência conta com alguns aspectos
como a autodeterminação, onde a pessoa busca sua autonomia, a autorrealização,
que tem por objetivo promover a autoestima, a percepção de realidade objetiva,
que é a interpretação subjetiva da realidade que cada um faz e o autoconceito;
que o indivíduo acredita ter um perfil formado na infância.
Na visão da abordagem humanista, o risco está na revelação da realidade,
ou seja, na tomada de consciência, onde o indivíduo acaba por descobrir que ele
não é o que acreditava ser, e para se defender disso coloca fim na própria
vida. Na relação de ajuda, Roger acredita ter três tipos de condições
facilitadoras do crescimento, a compreensão empática, na qual o facilitar
abandona o seu eu e entra no mundo da outra pessoa que necessita de ajuda. A
consideração positiva incondicional, que tem como base a aceitação de que o
indivíduo precisa interagir consigo mesmo e por fim a congruência, onde o
dialogo com o facilitador deve ser verdadeiro e sincero.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um projeto em fins lucrativos e
religioso e que teve início na década de 60. A iniciativa tem por intuito de
voluntários ajudarem na prevenção de suicídio e segue a abordagem Humanista de
Roger. A iniciativa consiste em atender pessoas que tenham dificuldades em
encontrar pessoas disponíveis em escutá-la, funciona em todo Brasil e atende
ligações 24 horas por dia.
Para atendimento pessoal o CVV funciona de 08h às 18h e a ajuda acontece
também pela internet através do chat. O trabalho voluntário está ligado a
questões individuais, está direcionada a visão de mundo que temos e aos valores
pessoas enquanto pessoas atuantes na sociedade.
O voluntário tem como objetivo dar apoio emocional a pessoas em crise,
isto requer que ele esteja implicado nas questões do outro, preservando sempre
o sigilo, a compreensão, aceitação e respeito, sem nunca influenciar e criticar
a situação da pessoa.
O projeto aceita pessoas de
diversas áreas, não só da psicologia e treina o voluntário para desempenhar só
serviços com a abordagem centrada na pessoa, precisa ter acima de 18 anos e ter
boa vontade de se envolver com o próximo. Percebemos aqui e já temos estudado
sobre como a sociedade em si é capaz de influenciar na tomada de decisão das
pessoas, vemos o quanto temos necessidade de nos encaixar em algum grupo, de ser
aceito. O ambiente pode influenciar o ato do suicídio assim como no uso das
drogas, o contexto que o individuo está inserido, o fato de ele procurar seu eu
e muitas vezes não se encaixar em uma sociedade extremamente padronizada. Bom, para encerrar esse assunto vamos ver um
vídeo sobre o projeto do Centro de Valorização da Vida. Até a próxima
postagem!!!
Drielle Teixeira
Jardim Matrícula: 120029430
Referência Bibliográfica
Prevenção do
Suicídio: Um relato da capacitação dos voluntários do Centro de Valorização da
Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Capítulo 1 e 2.
Texto 13 e 14.
Muito bom o texto! Esclarece vários pontos importantes. Gostaria ser uma voluntária meu e-mail é lau_op94@hotmail.com
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