quinta-feira, 24 de março de 2016

A Patologia do Tédio e o Novo Sentido do Tato

A Patologia do Tédio e o Novo Sentido do Tato



Hoje, vivemos em um mundo onde temos a necessidade de estarmos ligados em tudo e todos, com isso, a nossa sociedade sofre de um mal cada vez mais comum; o tédio. Veja abaixo o significado desta palavra:
1.sensação de enfado produzida por algo lento, prolixo ou temporalmente prolongado demais.
2.sensação de aborrecimento ou cansaço, causada por algo árido, obtuso ou estúpido.

Sempre que estamos em um ambiente e ouvimos alguma vibração, barulhos estranhos, e ate mesmo sons mais sutis, nos inquietamos, só que em pouco ouvindo esse movimento/barulho por algum tempo logo nos habituamos a ele. A monotonia é um problema permanente, conforme somos colocados em atividades rotineiras por longo tempo essas atividades vão ficando monótonas e com isso o desempenho em sua realização cai notavelmente.   Com o avanço das tecnologias essas situações de monotonia se tornaram mais presentes porque a pessoa tem que ficar atenta o tempo todo a instrumentos e isso se torna muito automático.
     O Tédio está ligado diretamente a lugares e tarefas monótonas, o texto A Patologia do Tédio é o relatado de um experimento realizado pelo psicólogo Hebb e seus colaboradores B.K.Doane, T.H.Scoot, W.H.Beston incluindo o autor do texto, onde o objetivo era entender como reagimos à monotonia em lugares extremamente rígidos.  Estudantes do sexo masculino participavam dessa experiência, eles recebiam vinte dólares pela participação, o procedimento era o seguinte: eles eram colocados em uma cama confortável por 24h por dia, fazendo pausa somente para refeições e fazer suas necessidades físicas. Os jovens estavam limitados de todas as formas de percepção sensoriais, com relação ao tato, audição e visão o que dificultava o funcionamento correto do cérebro.
Primeiro eles observavam o comportamento e em seguida observavam a entrevista, os jovens tinham muita dificuldade de se concentrar, o isolamento mexia completamente com a questão do bom senso. Percebemos que a privação do sentido gera um desequilíbrio da mente, ou seja, a variedade é o que mantem sua lucidez. Relembrando o texto do post anterior; O Lama no Laboratório, notamos a diferença de hábitos e o choque que entre culturas, pois o monge passa por situações contrárias, e mesmo assim continuam em um ambiente mental (monótono) onde nada acontece sem causar nenhum tipo de estresse.
         Os jovens mostravam varias reações diferentes, alguns usavam vários instrumentos da mente e mesmo assim tinha muitas dificuldades em se concentrar, outros relatavam períodos em branco, distrações com facilidade, irritabilidade, ansiedade, agitação e mudança no senso de percepção.Os sujeitos pareciam ter seu raciocínio perturbado, parece que existe uma dependência da mente de ser dinâmica, é como se o repouso fosse perturbador, tudo isso era agravado com a privação dos sentidos, nosso cérebro precisa dos sentidos.

  No segundo texto O Novo Sentido do Tato é colocado em prova o potencial da pele, um sentido que não é tão estudado pelas pessoas, mais de suma importância para o nosso cotidiano, e que merece mais atenção, por exemplo, para um deficiente visual, o tato é a principal maneira de ler e ver o mundo que o cerca (leitura em Braille). Teria esse sentido outras finalidades, seria o tato capaz de ajudar a evitar acidentes aéreos, esse órgão é capaz de evitar colisões com tanta precisão?




Muitos acidentes aéreos são causados por causa da desorientação espacial dos pilotos, no texto o autor expõe esse fato, a Agência Espacial Norte Americana produziu o primeiro macacão tátil, com ele abre-se um leque de possibilidades sobre tato. Salvar pilotos e suas aeronaves e a reação intuitiva do toque poderia impedir que pessoas batessem seus carros e as orientaria em seu destino, enfim, mil possibilidades são criadas. A visão é um sentido que pode ser engano por ilusão de ótica, o que nos garante que o tato também não poderia ser? A resposta é simples, dois psicólogos da Universidade de Princeton descobriram que esse sentido realmente pode ser ludibriado.
Se relacionarmos os textos percebemos que eles têm algo em comum e uma semelhança importante e significativa é a percepções sensoriais para o entendimento do funcionamento da mente humana, assim como no tema abordado no primeiro texto, se os jovens que passaram pelas experiências de que tiveram seus sentidos limitados, fossem submetidos a estímulo do tato poderia evitar a monotonia e ainda mais, poderia formar uma corrente e estimular outros sentidos proporcionando o bom funcionamento do cérebro.



Por mais que existam vários entraves nos estudos sobre o uso do tato, e que a maioria desses estudos é voltada para o uso militar eles seriam muito úteis em várias atividades diárias, comerciais e muitas outras. Poderia sim um aparato adaptado ao cinto de segurança de um carro evitar acidentes e salvar vidas, assim como em uma situação de emergência ajudar um piloto a se orientar , enfim, esses experimentos nos mostram que estamos cada vez mais dispostos a usar o funcionamento da nossa mente para um bem coletivo.





Referências: Heron, W. (1977) A patologia do tédio. Psicobiologia: as bases biológicas do comportamento. Rio De Janeiro: LTC.

 2 de Junho, 30-33., M. (2001). O novo sentido do tato, New Scientist, Schrope

2 comentários:

  1. gostei do blog. achei que você comunicou de forma simples e clara. As informações do texto entram em choque com as informações que você tinha sobre tato e tédio ? gostaria de saber seu ponto de vista...

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  2. Então professor, tive essa dificuldade em não associar esses dois elementos. Creio que nossa percepção dos sentidos estão ligados ao tédio, uma vez que, quando esses sentidos são limitados de alguma forma sentimos mudanças no nosso comportamento.

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